segunda-feira, setembro 30, 2002
OS VERMES PENSAM QUE SÃO REIS
1ª Parte: Governantes e Governados: Uma concepção frágil mantida a Ferro-e-Fogo
Você já sabe o que vai ser quando crescer? Eu ainda não - pra falar a verdade eu nunca quis crescer... Síndrome de Peter Pan, disse a Psicóloga. Só sei que não quero ser um verme; de nenhuma espécie!
Há vermes de tudo quanto é forma e tamanho que você possa imaginar. Vermes de terno e gravata – esse é o que há em maior quantidade -; há também vermes de tênis gastos e calça rasgada; de óculos; de salto-agulha; de saia manchada e sandália de couro. Enfim, há para todos os gostos, mas todos com uma coisa em comum que os define enquanto tais: pensam que são os únicos aptos a desempenhar certos papéis nas cenas em que atuam e por isso, são os únicos que podem, de fato e de direito, exercerem o papel de rei.
Criaram até uma teoria para isso: “em toda sociedade, existe, sempre e apenas, uma minoria que, por várias formas, é detentora do poder, em contraposição a uma maioria que dele está privada”.
Depois, a redefiniram com a “teoria segundo a qual, em cada sociedade, o poder pertence sempre a um restrito círculo de pessoas: o poder de tomar e de impor decisões válidas para todos os membros do grupo, mesmo que tenha de recorrer à força, em última instância”.
Mas espera aí! Se há, em toda a sociedade, um grupo encarregado - de fato e de direito - de tomar as decisões, porque precisam usar a força? Acho que é porque nem todos do grupo concordam com as decisões tomadas pelo tal “círculo restrito”. Ah! Mas isso é só uma teoria. Quem liga para isso? O que importa é que hoje Vossa Majestade dará um banquete. Nada comparável ao que se tem no Palácio Real, mas é melhor do que o que os súditos têm em suas cabanas.
Eu também queria dar um banquete. Serviria vermes – bem passados – com molho rosé. Um bom vinho para acompanhar.
Feita a – péssima – digestão, voltemos à sopa de letrinhas - ops! - quer dizer, ao verbo. A formulação da Teoria das Elites tornou-se um clássico pelas mãos de Gaetano Mosca nos Elementi di scienza política (1896): em todas as sociedades, a começar por aquelas mais mediocremente desenvolvidas e que são apenas chegadas aos primórdios da civilização, até as mais cultas e fortes, existem duas classes de pessoas: a dos governantes e a dos governados. A primeira, que é sempre a menos numerosa, cumpre todas as funções públicas, monopoliza o poder e goza as vantagens que a ela estão anexas; enquanto que a segunda, mais numerosa, é dirigida e regulada pela primeira, de modo mais ou menos legal ou de modo mais ou menos arbitrário e violento, fornecendo a ela, ao menos aparentemente, os meios materiais de subsistência e o que são necessários à vitalidade do organismo político.
Esta última foi elevada a categoria de lei constante e certa.
Diz-se que, o que permite considerar essa concepção é o fato de ela ter a pretensão de ser científica, fundada sobre uma paciente e imparcial observação dos fatos, não mais apriorística ou ideologizante.
Se a relação entre as variáveis não é satisfatória, e se as pressuposições são válidas, a ciência não discute tais questões. Cabe a nós, sempre e em última instância, tirarmos nossas próprias conclusões. E é por isso que ainda não estou nada satisfeita com a dada teoria, principalmente no que diz respeito ao uso da violência. Porque a classe dos governantes tem de lançar mão de ações violentas para com a classe dos governados? Ora, se essa relação entre a classe “mais apta” e a classe “inferior” fosse tão “natural” como se pretende difundir, os dominados não teriam porque desobedecer e sendo assim, não haveria a necessidade de leis e muito menos o uso de aparatos coercivos para fazer com que estas se cumpram.
Os súditos sustentam a todo Reino e ao seu Rei. Fazem-no mediante sacrifícios inimagináveis porque acreditam ser a coisa certa a ser feita, e ainda são chicoteados ... Mas para que se importar com isso se hoje à noite tem baile no salão real? Preocupe-se apenas com a máscara que vais usar.
Aviso: Plebeu não entra; nem se estiver fantasiado de bobo-da-corte!
1ª Parte: Governantes e Governados: Uma concepção frágil mantida a Ferro-e-Fogo
Você já sabe o que vai ser quando crescer? Eu ainda não - pra falar a verdade eu nunca quis crescer... Síndrome de Peter Pan, disse a Psicóloga. Só sei que não quero ser um verme; de nenhuma espécie!
Há vermes de tudo quanto é forma e tamanho que você possa imaginar. Vermes de terno e gravata – esse é o que há em maior quantidade -; há também vermes de tênis gastos e calça rasgada; de óculos; de salto-agulha; de saia manchada e sandália de couro. Enfim, há para todos os gostos, mas todos com uma coisa em comum que os define enquanto tais: pensam que são os únicos aptos a desempenhar certos papéis nas cenas em que atuam e por isso, são os únicos que podem, de fato e de direito, exercerem o papel de rei.
Criaram até uma teoria para isso: “em toda sociedade, existe, sempre e apenas, uma minoria que, por várias formas, é detentora do poder, em contraposição a uma maioria que dele está privada”.
Depois, a redefiniram com a “teoria segundo a qual, em cada sociedade, o poder pertence sempre a um restrito círculo de pessoas: o poder de tomar e de impor decisões válidas para todos os membros do grupo, mesmo que tenha de recorrer à força, em última instância”.
Mas espera aí! Se há, em toda a sociedade, um grupo encarregado - de fato e de direito - de tomar as decisões, porque precisam usar a força? Acho que é porque nem todos do grupo concordam com as decisões tomadas pelo tal “círculo restrito”. Ah! Mas isso é só uma teoria. Quem liga para isso? O que importa é que hoje Vossa Majestade dará um banquete. Nada comparável ao que se tem no Palácio Real, mas é melhor do que o que os súditos têm em suas cabanas.
Eu também queria dar um banquete. Serviria vermes – bem passados – com molho rosé. Um bom vinho para acompanhar.
Feita a – péssima – digestão, voltemos à sopa de letrinhas - ops! - quer dizer, ao verbo. A formulação da Teoria das Elites tornou-se um clássico pelas mãos de Gaetano Mosca nos Elementi di scienza política (1896): em todas as sociedades, a começar por aquelas mais mediocremente desenvolvidas e que são apenas chegadas aos primórdios da civilização, até as mais cultas e fortes, existem duas classes de pessoas: a dos governantes e a dos governados. A primeira, que é sempre a menos numerosa, cumpre todas as funções públicas, monopoliza o poder e goza as vantagens que a ela estão anexas; enquanto que a segunda, mais numerosa, é dirigida e regulada pela primeira, de modo mais ou menos legal ou de modo mais ou menos arbitrário e violento, fornecendo a ela, ao menos aparentemente, os meios materiais de subsistência e o que são necessários à vitalidade do organismo político.
Esta última foi elevada a categoria de lei constante e certa.
Diz-se que, o que permite considerar essa concepção é o fato de ela ter a pretensão de ser científica, fundada sobre uma paciente e imparcial observação dos fatos, não mais apriorística ou ideologizante.
Se a relação entre as variáveis não é satisfatória, e se as pressuposições são válidas, a ciência não discute tais questões. Cabe a nós, sempre e em última instância, tirarmos nossas próprias conclusões. E é por isso que ainda não estou nada satisfeita com a dada teoria, principalmente no que diz respeito ao uso da violência. Porque a classe dos governantes tem de lançar mão de ações violentas para com a classe dos governados? Ora, se essa relação entre a classe “mais apta” e a classe “inferior” fosse tão “natural” como se pretende difundir, os dominados não teriam porque desobedecer e sendo assim, não haveria a necessidade de leis e muito menos o uso de aparatos coercivos para fazer com que estas se cumpram.
Os súditos sustentam a todo Reino e ao seu Rei. Fazem-no mediante sacrifícios inimagináveis porque acreditam ser a coisa certa a ser feita, e ainda são chicoteados ... Mas para que se importar com isso se hoje à noite tem baile no salão real? Preocupe-se apenas com a máscara que vais usar.
Aviso: Plebeu não entra; nem se estiver fantasiado de bobo-da-corte!
sexta-feira, setembro 27, 2002
fast food envenenamento slow motion
Bip, bip, bip! …
SPLAFT !
E lá se foi mais um despertador. Eletrônico...
Está – de novo – atrasada. Corre! Rápido! Põe logo essa calça suja. Sua porca! Está apertada, é? Quem mandou engordar? Não consegue ir mais depressa? São as gorduras que entopem suas artérias. E você pensava que fosse coisa de velhos.
Engole logo esse achocolatado! Sabe o que tem aí? Não dá tempo para saber! Engole logo! Corre!
Perdeu – de novo – o ônibus. Não agüenta nem correr dez metros sem que seus pulmões peçam socorro!
Chega! Nesse ônibus você não entra. Daqui em diante sigo sozinha.
... 240 minutos depois ....
Vamos almoçar ali na esquina?
Ah! Acabou a batata frita. Sem fritas eu não almoço, de jeito nenhum!
Há algo de muito gorduroso pelas imediações ... Pressinto à distância.
Vamos comer lá no outro mesmo.
Menu: feijão a la bicarboneté, arroz acompanhado de formoltolium, batatinha frita um, dois, três - sem teste...
Ao menos há batatas.
Sobremesa: biscoito recheado sabor verde.
E agora? Não escove os dentes que não dá tempo! Tem uma. Não, duas. Não, quatro listas de Estatística Matemática Marxista Skatista para resolver. Quatro folhas cada.
Que significam esses sinaizinhos aí, hein?
Quem apagou as luzes? Porque não ouço nada?
Vejo vocês daqui sete dias lá na Capelinha do São Vicente.
Tragam velas azuis, por favor. É minha cor predileta e vai combinar direitinho com meu vestido de flores amarelas.
E lá se foi mais uma vítima do Dr. Latipac, a quem o tempo pertence...
Bip, bip, bip! …
SPLAFT !
E lá se foi mais um despertador. Eletrônico...
Está – de novo – atrasada. Corre! Rápido! Põe logo essa calça suja. Sua porca! Está apertada, é? Quem mandou engordar? Não consegue ir mais depressa? São as gorduras que entopem suas artérias. E você pensava que fosse coisa de velhos.
Engole logo esse achocolatado! Sabe o que tem aí? Não dá tempo para saber! Engole logo! Corre!
Perdeu – de novo – o ônibus. Não agüenta nem correr dez metros sem que seus pulmões peçam socorro!
Chega! Nesse ônibus você não entra. Daqui em diante sigo sozinha.
... 240 minutos depois ....
Vamos almoçar ali na esquina?
Ah! Acabou a batata frita. Sem fritas eu não almoço, de jeito nenhum!
Há algo de muito gorduroso pelas imediações ... Pressinto à distância.
Vamos comer lá no outro mesmo.
Menu: feijão a la bicarboneté, arroz acompanhado de formoltolium, batatinha frita um, dois, três - sem teste...
Ao menos há batatas.
Sobremesa: biscoito recheado sabor verde.
E agora? Não escove os dentes que não dá tempo! Tem uma. Não, duas. Não, quatro listas de Estatística Matemática Marxista Skatista para resolver. Quatro folhas cada.
Que significam esses sinaizinhos aí, hein?
Quem apagou as luzes? Porque não ouço nada?
Vejo vocês daqui sete dias lá na Capelinha do São Vicente.
Tragam velas azuis, por favor. É minha cor predileta e vai combinar direitinho com meu vestido de flores amarelas.
E lá se foi mais uma vítima do Dr. Latipac, a quem o tempo pertence...
quinta-feira, setembro 26, 2002
PONTO FACA
Decidiu que seria mais feliz se mordesse meu calcanhar. Abriu boca, passou língua nos dentes, arreganhou mandíbula. Dava para ver caroço de feijão, estertor do almoço. Preparou bote. Não fiz por menos. No salto, enfiei estaca goela adentro daquele corpo. Alguém me disse que médico legista chegou a falar: “puxa, que boca enorme você tem, vovózinha”. Depois disso, não abri boca até sair dali.
Decidiu que seria mais feliz se mordesse meu calcanhar. Abriu boca, passou língua nos dentes, arreganhou mandíbula. Dava para ver caroço de feijão, estertor do almoço. Preparou bote. Não fiz por menos. No salto, enfiei estaca goela adentro daquele corpo. Alguém me disse que médico legista chegou a falar: “puxa, que boca enorme você tem, vovózinha”. Depois disso, não abri boca até sair dali.
Diga não a Elma Chips!!!
Por Ébano Machel
Eu não comia esses salgadinhos, mas tinha um grande vício de colecionar tazos. Sempre os achei muito artificiais e por comer em horários regulares, nunca tinha tempo para comer essas coisinhas amarelas.
Os Tazos sempre têm um tema específico onde todos falam algo a respeito. Dessa vez, a empresa trata de um tema bem educativo: os países. Cada Tazo vem com um desenho na frente e no verso diz qual é a capital, continente e língua oficial do país além de uma besterinha dirigida ao público infantil -que vai ficando cada vez mais idiotizado- contando uma informação do país(?) e uma propaganda sobre algum biscoitinho da Elma Chips.
O cúmulo do absurdo foi atingido no momento em que somei à minha coleção (de até então bravos dois Tazos) a África do Sul. Na face estava uma espécie de Indiana Jones montado em um elefante numa floresta, como se estivesse em um safári. Ó maldita visão distorcida de que na África só tem selvas!!! No verso, as informações "Línguas oficiais: Africâner e Inglês" Epa! Esse país tem onze línguas oficiais pelo que eu saiba. Só foram citadas as duas únicas línguas dos colonizadores. O que eles fizeram com as nove línguas originais da África? Bem, vamos em frente. "Capital: Cidade do Cabo" Essa é a capital legislativa, faltam as capitais administrativa (Cidade do Cabo) e judiciária (Bloemfontein). Enfim...
Saca só a bomba!!!Eu vou digitar exatamente o que está atrás na hora das palavrinhas descartáveis pra fazer uma graça: "Passeando pela África, me meteram num caldeirão. Tava quase virando janta, quando achei a solução: troca por Cheetos, que é muito melhor, meu irmão!"
Vamos lembrar que este produto é destinado a crianças e que muitas delas vão ter essa única informação sobre esses países. Por dedução, vão estender essas informações a todo o território do país, como se tudo fosse selva e canibais. Vão crescer com isso na cabeça e terão da África do Sul uma versão semelhante à que Aaron Carter e Bush têm do Brasil -" Estou indo a São Paulo, espero que lá eu perca meu medo de cobras."
Essa empresa dos infernos, não satisfeita com o fato de enviar excesso de lipídios para nossos organismos, ainda participa do processo de construção de estereótipos para os povos do Terceiro Mundo. A nova geração consumidora do salgadinho verá a África do Sul como local para safári, o México como terra dos carinhas de sombrero e o Japão como a terra dos ninjas. Os países serão reduzidos a isso.
Depois de expostos esses argumentos levanto a bandeira de mais uma luta: vamos levar a Elma Chips a falência!!! Digam não aos Cheetos, Baconzitos, Doritos, Fandangos e seus parentes. Nâo comprem salgados Elma Chips!!!
Por Ébano Machel
Eu não comia esses salgadinhos, mas tinha um grande vício de colecionar tazos. Sempre os achei muito artificiais e por comer em horários regulares, nunca tinha tempo para comer essas coisinhas amarelas.
Os Tazos sempre têm um tema específico onde todos falam algo a respeito. Dessa vez, a empresa trata de um tema bem educativo: os países. Cada Tazo vem com um desenho na frente e no verso diz qual é a capital, continente e língua oficial do país além de uma besterinha dirigida ao público infantil -que vai ficando cada vez mais idiotizado- contando uma informação do país(?) e uma propaganda sobre algum biscoitinho da Elma Chips.
O cúmulo do absurdo foi atingido no momento em que somei à minha coleção (de até então bravos dois Tazos) a África do Sul. Na face estava uma espécie de Indiana Jones montado em um elefante numa floresta, como se estivesse em um safári. Ó maldita visão distorcida de que na África só tem selvas!!! No verso, as informações "Línguas oficiais: Africâner e Inglês" Epa! Esse país tem onze línguas oficiais pelo que eu saiba. Só foram citadas as duas únicas línguas dos colonizadores. O que eles fizeram com as nove línguas originais da África? Bem, vamos em frente. "Capital: Cidade do Cabo" Essa é a capital legislativa, faltam as capitais administrativa (Cidade do Cabo) e judiciária (Bloemfontein). Enfim...
Saca só a bomba!!!Eu vou digitar exatamente o que está atrás na hora das palavrinhas descartáveis pra fazer uma graça: "Passeando pela África, me meteram num caldeirão. Tava quase virando janta, quando achei a solução: troca por Cheetos, que é muito melhor, meu irmão!"
Vamos lembrar que este produto é destinado a crianças e que muitas delas vão ter essa única informação sobre esses países. Por dedução, vão estender essas informações a todo o território do país, como se tudo fosse selva e canibais. Vão crescer com isso na cabeça e terão da África do Sul uma versão semelhante à que Aaron Carter e Bush têm do Brasil -" Estou indo a São Paulo, espero que lá eu perca meu medo de cobras."
Essa empresa dos infernos, não satisfeita com o fato de enviar excesso de lipídios para nossos organismos, ainda participa do processo de construção de estereótipos para os povos do Terceiro Mundo. A nova geração consumidora do salgadinho verá a África do Sul como local para safári, o México como terra dos carinhas de sombrero e o Japão como a terra dos ninjas. Os países serão reduzidos a isso.
Depois de expostos esses argumentos levanto a bandeira de mais uma luta: vamos levar a Elma Chips a falência!!! Digam não aos Cheetos, Baconzitos, Doritos, Fandangos e seus parentes. Nâo comprem salgados Elma Chips!!!
Oryon no SESC
Por Maxoel Barros Costa (Com a colaboração de Thiago Kerzer)
"Nós somos da Tímpano, é, uma revista eletrônica. Da Internet. Nós estamos autorizados a entrar."
Assim, orgulhosamente, nós (Max e Thiago) nos anunciamos nos portais do auditório do SESC, fazendo história. Afinal, foi o primeiro show que nós, timpaneiros, fomos recebidos como uma equipe jornalística, devidamente preparada para cobrir o show do Oryon (Sexta-feira, dia 20/09/02), banda que conta em suas fileiras com mais um repórter (canalha, diga-se de passagem) do nosso periódico, o Ébano.
Para início de conversa: Mais uma vez foi lembrado ao público que ali não era a sua casa, que ninguém deveria sair quebrando as cadeiras, como alguns engraçadinhos o fizeram na semana anterior, no show da banda Esquilo Secreto (embora eu duvide muito que qualquer um deles faria isso em casa. Ô preocupação com um espaço que é de todos...). Então, depois deste lembrete importante, não sendo necessariamente com estas palavras, o show começou, com um Ébano que mais lembrava um Lenny Kravitz, dando o tom do show: "Vam' bater cabeça". Mas sem quebrar nada, claro. A banda, com ares de boy band, mostrou que era tudo pose, começando com o "Walk Away" (do Mad At Gravitty), que se iniciava quase como uma balada, se tornando agressiva repentinamente. Porradeiro. Essa é a melhor definição para o que estava acontecendo naquele momento.
Desta vez, som pesado com toques de Hip-Hop. É "Between Angels n´ Insects (do Papa Roach" que ficou melhor que a original). E a platéia, tranquila no começo, começava a se agitar.
Em seguida, "Falling Away from Me", do Korn, levou a galera do fundão ao delírio. Frequentemente, olhava-se para ver se os mais exaltados não estavam aprontando nada, ou seja, quebrando alguma coisa. Mas a galera estava comportada. Enquanto isso no palco, a banda parecia possuída por alguma entidade, um exu eletrônico qualquer.
"It's On" fez com que os que ainda estavam quietinhos começassem a perder o controle de seus corpos, e soltassem a garganta, formando um coro, um acompanhamento à banda. Culpa do exu? Não, da música e da banda, mesmo...
Em uma repentina pausa para os agradecimentos, principalmente à Dorinha, patrona dessa série de shows que vêm sendo feitos no SESC (nós também te agradeçemos, Ò Dorinha), Coyote informa que "a banda não vive só de covers" e anuncia uma seqüência de composições próprias. O repertório da banda se inicia com "Independência", "pra bater cabeça", relembra alguém no palco, um hit arrebentador, refletindo o interesse da banda em abordar temas sociais. Aliás, todas as composições da banda mostram essa preocupação, como pode-se ver pelo refrão da música seguinte, N3, um hardcore misturado com um rap envenenado: "Vejo o dia a passar vendo tantas coisas iguais/Não adianta querer mudar o que passou/(...)Não vale a pena lembrar o que fico pra trás".
"Quem sabe um dia", "Auto-destruição" e "Dias de Solidão" completaram a (ótima) sessão de composições da banda, mostrando que a banda tem futuro. Com a aprovação do público.
Mais uma pausa para anunciar o CD demo, que deve vir em breve, e para agradecer o apoio recebido. Enquanto a galera, mais exaltada, gritava em conjunto "Belo e pagode são uma merda!"
Não, o show não acabou neste momento. Coyote aproveita para anunciar mais uma leva de covers, (re)começando com "Change", seguida de "Back to School", "Alive" (novamente o coral se manifestou), "Toxicity" (que botou abaixo o auditório do SESC e despertou os - ainda - mais relutantes. Nenhum dano ao local foi relatado, viu?), "Blind" e "Chop Suey", para a alegria de alguém na platéia, que havia acabado de pedir esta música (Um complô nos bastidores? Uma conspiração? Precognição? Cagada? Talvez nunca saibamos o que realmente aconteceu...). Após essa música, que pena, o show acabou. Acabou? Que nada! Tivemos Bis. Mas a banda pede para esperar um pouquinho, pois teriam que ensaiar um pouco. Foi tudo tão inesperado... Neste intervalo, na cacofonia que se segue, um fã mais empolgado grita "Ébano Gostoso!" Para a surpresa do baixista da banda, que não esperava tal exaltação.
O bis começa com Limp Bizkit, "My Generation", para empolgação da galera. Em seguida, Coyote pergunta se alguém na platéia sabe cantar "In the End" e convida esse alguém para subir no palco. Um rapaz chamado Lúcio sobe ao palco e aceita o desafio. No meio da música, um dos vocalistas, sem perder o bom humor, anuncia que não sabe cantar o resto e apela para o clássico embromês, mesmo. Quem liga, afinal? No final, Lúcio é recebido de braços aberto pelos seus amigos e o Oryon é ovacionado pelo público satisfeito. Nas palavras de Quésia, Timpaneira que também compareceu ao evento, o show foi "Bonito. Até mesmo quem não gostava do tipo de música se empolgou. O público parecia um só". Não poderia ter dito melhor...
Antes que eu me esqueça, até onde nós vimos, nada foi quebrado.
Por Maxoel Barros Costa (Com a colaboração de Thiago Kerzer)
"Nós somos da Tímpano, é, uma revista eletrônica. Da Internet. Nós estamos autorizados a entrar."
Assim, orgulhosamente, nós (Max e Thiago) nos anunciamos nos portais do auditório do SESC, fazendo história. Afinal, foi o primeiro show que nós, timpaneiros, fomos recebidos como uma equipe jornalística, devidamente preparada para cobrir o show do Oryon (Sexta-feira, dia 20/09/02), banda que conta em suas fileiras com mais um repórter (canalha, diga-se de passagem) do nosso periódico, o Ébano.
Para início de conversa: Mais uma vez foi lembrado ao público que ali não era a sua casa, que ninguém deveria sair quebrando as cadeiras, como alguns engraçadinhos o fizeram na semana anterior, no show da banda Esquilo Secreto (embora eu duvide muito que qualquer um deles faria isso em casa. Ô preocupação com um espaço que é de todos...). Então, depois deste lembrete importante, não sendo necessariamente com estas palavras, o show começou, com um Ébano que mais lembrava um Lenny Kravitz, dando o tom do show: "Vam' bater cabeça". Mas sem quebrar nada, claro. A banda, com ares de boy band, mostrou que era tudo pose, começando com o "Walk Away" (do Mad At Gravitty), que se iniciava quase como uma balada, se tornando agressiva repentinamente. Porradeiro. Essa é a melhor definição para o que estava acontecendo naquele momento.
Desta vez, som pesado com toques de Hip-Hop. É "Between Angels n´ Insects (do Papa Roach" que ficou melhor que a original). E a platéia, tranquila no começo, começava a se agitar.
Em seguida, "Falling Away from Me", do Korn, levou a galera do fundão ao delírio. Frequentemente, olhava-se para ver se os mais exaltados não estavam aprontando nada, ou seja, quebrando alguma coisa. Mas a galera estava comportada. Enquanto isso no palco, a banda parecia possuída por alguma entidade, um exu eletrônico qualquer.
"It's On" fez com que os que ainda estavam quietinhos começassem a perder o controle de seus corpos, e soltassem a garganta, formando um coro, um acompanhamento à banda. Culpa do exu? Não, da música e da banda, mesmo...
Em uma repentina pausa para os agradecimentos, principalmente à Dorinha, patrona dessa série de shows que vêm sendo feitos no SESC (nós também te agradeçemos, Ò Dorinha), Coyote informa que "a banda não vive só de covers" e anuncia uma seqüência de composições próprias. O repertório da banda se inicia com "Independência", "pra bater cabeça", relembra alguém no palco, um hit arrebentador, refletindo o interesse da banda em abordar temas sociais. Aliás, todas as composições da banda mostram essa preocupação, como pode-se ver pelo refrão da música seguinte, N3, um hardcore misturado com um rap envenenado: "Vejo o dia a passar vendo tantas coisas iguais/Não adianta querer mudar o que passou/(...)Não vale a pena lembrar o que fico pra trás".
"Quem sabe um dia", "Auto-destruição" e "Dias de Solidão" completaram a (ótima) sessão de composições da banda, mostrando que a banda tem futuro. Com a aprovação do público.
Mais uma pausa para anunciar o CD demo, que deve vir em breve, e para agradecer o apoio recebido. Enquanto a galera, mais exaltada, gritava em conjunto "Belo e pagode são uma merda!"
Não, o show não acabou neste momento. Coyote aproveita para anunciar mais uma leva de covers, (re)começando com "Change", seguida de "Back to School", "Alive" (novamente o coral se manifestou), "Toxicity" (que botou abaixo o auditório do SESC e despertou os - ainda - mais relutantes. Nenhum dano ao local foi relatado, viu?), "Blind" e "Chop Suey", para a alegria de alguém na platéia, que havia acabado de pedir esta música (Um complô nos bastidores? Uma conspiração? Precognição? Cagada? Talvez nunca saibamos o que realmente aconteceu...). Após essa música, que pena, o show acabou. Acabou? Que nada! Tivemos Bis. Mas a banda pede para esperar um pouquinho, pois teriam que ensaiar um pouco. Foi tudo tão inesperado... Neste intervalo, na cacofonia que se segue, um fã mais empolgado grita "Ébano Gostoso!" Para a surpresa do baixista da banda, que não esperava tal exaltação.
O bis começa com Limp Bizkit, "My Generation", para empolgação da galera. Em seguida, Coyote pergunta se alguém na platéia sabe cantar "In the End" e convida esse alguém para subir no palco. Um rapaz chamado Lúcio sobe ao palco e aceita o desafio. No meio da música, um dos vocalistas, sem perder o bom humor, anuncia que não sabe cantar o resto e apela para o clássico embromês, mesmo. Quem liga, afinal? No final, Lúcio é recebido de braços aberto pelos seus amigos e o Oryon é ovacionado pelo público satisfeito. Nas palavras de Quésia, Timpaneira que também compareceu ao evento, o show foi "Bonito. Até mesmo quem não gostava do tipo de música se empolgou. O público parecia um só". Não poderia ter dito melhor...
Antes que eu me esqueça, até onde nós vimos, nada foi quebrado.
APOCALIPSE TREMENS
À minha passagem. Por becos, mocós, mafuás; avenidas, travessas, salões; casas de família e redutos de perversão. Andei por todas as ruas da cidade e fui percebido. Fechem os vidros dos carros. Tirem as crianças da sala. Ponham os velhos para dormir. Troquem os lençóis. Limpem as geladeiras. Passem cadeados nos portões. Dêem a descarga. Amarrem os cadarços. Chutem os cachorros do caminho; principalmente aqueles que são mais traiçoeiros pelo tempo nas ruas. Santíssima Trindade. Parem. Olhem. Escutem. Esperem o sinal abrir. Evitem as balas perdidas. Não se virem para trás. Façam suas orações. E, principalmente: joguem água e sal e anilina e benzoato de sódio e cal em todo e qualquer ser que respirar após minha andança por este pedaço de chão. Eu sou aquele que caminha. Em direção de espera em movimento. Sei que virá repentinamente: então posso dizer que já estou aguardando. O que eu quero ? Como último desejo ? Quero seu cheiro. E algumas lágrimas. Para o fim. Para onde eu caminho. Justamente para onde eu cami ...
À minha passagem. Por becos, mocós, mafuás; avenidas, travessas, salões; casas de família e redutos de perversão. Andei por todas as ruas da cidade e fui percebido. Fechem os vidros dos carros. Tirem as crianças da sala. Ponham os velhos para dormir. Troquem os lençóis. Limpem as geladeiras. Passem cadeados nos portões. Dêem a descarga. Amarrem os cadarços. Chutem os cachorros do caminho; principalmente aqueles que são mais traiçoeiros pelo tempo nas ruas. Santíssima Trindade. Parem. Olhem. Escutem. Esperem o sinal abrir. Evitem as balas perdidas. Não se virem para trás. Façam suas orações. E, principalmente: joguem água e sal e anilina e benzoato de sódio e cal em todo e qualquer ser que respirar após minha andança por este pedaço de chão. Eu sou aquele que caminha. Em direção de espera em movimento. Sei que virá repentinamente: então posso dizer que já estou aguardando. O que eu quero ? Como último desejo ? Quero seu cheiro. E algumas lágrimas. Para o fim. Para onde eu caminho. Justamente para onde eu cami ...
terça-feira, setembro 24, 2002
Senhoras e senhores, um minuto de vossa atenção, catzo !!!! Conforme prometido em um post abaixo, lá vai a confirmação da palestra que farei, no próximo sábado, na Faculdade de Filosofia de Campos. Este jornalista malaco irá falar para a turma de pós-graduação de Jornalismo, no mini-auditório, a partir das 8h, sobre Cultura da Interface. Aproveitando o ensejo, pediram para que falasse ainda sobre projetos editoriais e comportamento da mídia com as novas tecnologias. É muito, certo ? Mas a gente vai dar um jeito de acertar tudo isso e fazer uma discussão bonita. Presenças de timpaneiros são bem-vindas, embora eu não saiba se é aberto para todos. Mas invadir, ocupar e resistir é sempre uma prática viável.
segunda-feira, setembro 23, 2002
Quem realmente manda no mundo?
Bush pretende bombardear o Iraque como parte de sua guerra contra o terrorismo. Nós vemos isso todo dia. Graças ao trabalho da imprensa popular. Mas o que ninguém diz é que 22 milhões de iraquianos são vítimas de um bloqueio imposto há 12 anos pelos EUA e Reino Unido e que mais 6.000 crianças morrem a cada mês por causa dessas sanções. Nem que não há evidencias reais de que o Iraque possua armas químicas ou de destruição em massa. De acordo com um antigo inspetor de armas da ONU no Iraque, o risco que esse país representa é "zero".
Todas essas incongruências são citadas no livro "The New Rulers of the World" (Os Novos Comandantes do Mundo), do jornalista inglês John Pilger. Não, não li o livro ainda, apenas a crítica que saiu na New Scientist feita por Rob Edwards. Claro que o livro está falando o que todos nós sabemos ou no mínimo suspeitávamos. Mas é uma leitura interessante, pois Pilger é uma dessas raras exceções no jornalismo atual. Leitura recomendada para certos órgãos de imprensa brasileira, que insistem em repetir as mesmas baboseiras da CNN.
Pilger condena o ataque ao Afeganistão, diz que a derrocada do governo Talibã não mudou em nada a situação do país (A velha política de trocar um mau pelo outro, desde que este outro esteja do seu lado), além de chamar a atenção para o fato de que apesar de terem morrido milhares de civis, pouco ou nada se viu de sangue, segundo a veiculação da imprensa, dando a falsa noção de uma guerra limpa.
O livro não fica só nessa. Mostra textos baseados nos documentários de Pilger para a TV sobre o poder das corporações (se) alimentando (de) conflitos na Indonésia e do racismo e isolamento (Apartheid, nas palavras do crítico) sofrido pelos Aborígines australianos. Em um tom apaixonado, Pilger argumenta que “o poder imperial, dirigido pelos estados ricos e pelas corporações multinacionais, liderados pelos EUA, é de longe mais destrutivo do que qualquer organização terrorista" (Na crítica do Rob).
Rob ainda diz que a grande ironia, após o 11 de setembro, é o fato de que o ataque ao Afeganistão e os planos de bombardear o Iraque criam e reforçam as condições ideais para se gerar extremismos, o que, alega Georginho, é o que eles querem combater. Pilger diz que a meta principal neste mundo pós 11 de setembro foi estabelecida por Robin Theurkauf, conferencista em Lei Internacional na Universidade de Yale. Ela escreveu que "O impulso terrorista é produto da pobreza, da opressão e da ignorância. A eliminação dessas condições e a promoção ativa de um respeito universal pelos direitos humanos devem se tornar uma prioridade." Estas palavras se destacam mais ainda ao se saber de um detalhe: Robin perdeu seu marido, Tom, no ataque ao WTC.
Bush pretende bombardear o Iraque como parte de sua guerra contra o terrorismo. Nós vemos isso todo dia. Graças ao trabalho da imprensa popular. Mas o que ninguém diz é que 22 milhões de iraquianos são vítimas de um bloqueio imposto há 12 anos pelos EUA e Reino Unido e que mais 6.000 crianças morrem a cada mês por causa dessas sanções. Nem que não há evidencias reais de que o Iraque possua armas químicas ou de destruição em massa. De acordo com um antigo inspetor de armas da ONU no Iraque, o risco que esse país representa é "zero".
Todas essas incongruências são citadas no livro "The New Rulers of the World" (Os Novos Comandantes do Mundo), do jornalista inglês John Pilger. Não, não li o livro ainda, apenas a crítica que saiu na New Scientist feita por Rob Edwards. Claro que o livro está falando o que todos nós sabemos ou no mínimo suspeitávamos. Mas é uma leitura interessante, pois Pilger é uma dessas raras exceções no jornalismo atual. Leitura recomendada para certos órgãos de imprensa brasileira, que insistem em repetir as mesmas baboseiras da CNN.
Pilger condena o ataque ao Afeganistão, diz que a derrocada do governo Talibã não mudou em nada a situação do país (A velha política de trocar um mau pelo outro, desde que este outro esteja do seu lado), além de chamar a atenção para o fato de que apesar de terem morrido milhares de civis, pouco ou nada se viu de sangue, segundo a veiculação da imprensa, dando a falsa noção de uma guerra limpa.
O livro não fica só nessa. Mostra textos baseados nos documentários de Pilger para a TV sobre o poder das corporações (se) alimentando (de) conflitos na Indonésia e do racismo e isolamento (Apartheid, nas palavras do crítico) sofrido pelos Aborígines australianos. Em um tom apaixonado, Pilger argumenta que “o poder imperial, dirigido pelos estados ricos e pelas corporações multinacionais, liderados pelos EUA, é de longe mais destrutivo do que qualquer organização terrorista" (Na crítica do Rob).
Rob ainda diz que a grande ironia, após o 11 de setembro, é o fato de que o ataque ao Afeganistão e os planos de bombardear o Iraque criam e reforçam as condições ideais para se gerar extremismos, o que, alega Georginho, é o que eles querem combater. Pilger diz que a meta principal neste mundo pós 11 de setembro foi estabelecida por Robin Theurkauf, conferencista em Lei Internacional na Universidade de Yale. Ela escreveu que "O impulso terrorista é produto da pobreza, da opressão e da ignorância. A eliminação dessas condições e a promoção ativa de um respeito universal pelos direitos humanos devem se tornar uma prioridade." Estas palavras se destacam mais ainda ao se saber de um detalhe: Robin perdeu seu marido, Tom, no ataque ao WTC.
Este caro timpaneiro recebeu um convite hoje para fazer uma palestra, no próximo sábado, na Faculdade de Filosofia de Campos. Até prova em contrário, será sobre Cultura da Interface e que tais, tema do meu projeto de mestrado. Não sei ainda se a entrada é aberta para o povão - heh -, mas seria bonito ter os demais timpaneiros presentes. Trata-se de uma demonstração de que o império se expande.
domingo, setembro 22, 2002
sábado, setembro 21, 2002
quinta-feira, setembro 19, 2002
quarta-feira, setembro 18, 2002
Um conto linear com entrelinhas não-lineares
Tenho passado meus dias caminhando numa fina corda bamba. Oscilando entre um jardim-de-primavera e um fétido pântano de areia negra e movediça.
Não importa se faz sol ou se faz chuva, a corda não para de balançar.
“Todos os meus sonhos caem como chuva.” Essa, a canção que ouço, é de alguém que pensa que vive num filme de 8mm editado em sépia. Os meus sonhos também têm escoado por esses dias, como a água que desce pelos bueiros quando não estão entupidos.
Queria entrar num trem que não parasse enquanto não esbarrasse na parede de concreto não-biodegradável - com é o asfalto dessa cidade - que cerca nosso pequeno mundo; ou então no Muro de Berlim que há dentro de cada um de nós. Os passageiros teimam em fingir - des(mas)carada-mentem. A pintura esconde as fissuras. Preciso comprar mais solvente. A tinta, gasta e encardida, já devia ter sido removida há muito tempo.
Ontem, no trem de volta para casa, ouvi uma história estranha. Percebi isso não porque sentisse alguma dessas coisas demasiado humanas como náusea, rancor, mágoa, vontade de rir do não-risível... Não sinto nada ultimamente, apenas observo como as pessoas se comportam diante das coisas que fazem sem se importar qual o significado do que estão fazendo e se isso é realmente relevante para suas vidas.
Insensível. Perdi minhas idéias de valor. Apenas avalio o que vejo e ouço com conceitos pautados no meu diploma de PhD em Antropologia. Não sei que sentido dar a isso tudo, assim como aquele homem não sabia realmente porque estava dizendo palavras tão torpes.
“Devíamos fazer tal qual fazem na China: colocam o sujeito de joelhos em meio a praça pública e dão-lhe um tiro na nuca. Depois mandam a conta da bala para a família do morto. O Estado não arca nem com as despezas da bala; a família tem de pagar.”
Não, não deu vontade de atirá-lo pela janela. O trem, ainda em movimento, não pode parar enquanto não chegar a estação.
“Na Turquia, a polícia pega os bandidos, põe num paredão e metralha a todos.”
Os turcos gastam mais balas, foi o que pensei. Esse foi o único filme que consegui enxergar. Em preto, branco e vermelho.
A corda está ruindo. Depois de um tempo, de tanto balançar, ela sempre acaba arrebentando - no lado dos mais fracos, é claro.
O jardim precisa ser cuidado para que as flores de 11 de maio azuis não morram quando jogarem soda cáustica misturada à água do regador. Chuva ácida também as destrói; não deixa sobrar nem a raiz para que brotem de novo quando o sol estiver brilhando lá fora, para além dessa janela bloqueada pela sombra do prédio vizinho.
A TV não pára de dar problemas; está quebrada faz muito tempo. Hora tem programação boa; hora passa programas entediantes; hora sai completamente do ar ... Não adianta nem trocar de canal.
Tomara não descobrir que não tem mais conserto, senão, jogo-a pela janela sem nem ao menos verificar se tem alguém passando por perto.
Tenho passado meus dias caminhando numa fina corda bamba. Oscilando entre um jardim-de-primavera e um fétido pântano de areia negra e movediça.
Não importa se faz sol ou se faz chuva, a corda não para de balançar.
“Todos os meus sonhos caem como chuva.” Essa, a canção que ouço, é de alguém que pensa que vive num filme de 8mm editado em sépia. Os meus sonhos também têm escoado por esses dias, como a água que desce pelos bueiros quando não estão entupidos.
Queria entrar num trem que não parasse enquanto não esbarrasse na parede de concreto não-biodegradável - com é o asfalto dessa cidade - que cerca nosso pequeno mundo; ou então no Muro de Berlim que há dentro de cada um de nós. Os passageiros teimam em fingir - des(mas)carada-mentem. A pintura esconde as fissuras. Preciso comprar mais solvente. A tinta, gasta e encardida, já devia ter sido removida há muito tempo.
Ontem, no trem de volta para casa, ouvi uma história estranha. Percebi isso não porque sentisse alguma dessas coisas demasiado humanas como náusea, rancor, mágoa, vontade de rir do não-risível... Não sinto nada ultimamente, apenas observo como as pessoas se comportam diante das coisas que fazem sem se importar qual o significado do que estão fazendo e se isso é realmente relevante para suas vidas.
Insensível. Perdi minhas idéias de valor. Apenas avalio o que vejo e ouço com conceitos pautados no meu diploma de PhD em Antropologia. Não sei que sentido dar a isso tudo, assim como aquele homem não sabia realmente porque estava dizendo palavras tão torpes.
“Devíamos fazer tal qual fazem na China: colocam o sujeito de joelhos em meio a praça pública e dão-lhe um tiro na nuca. Depois mandam a conta da bala para a família do morto. O Estado não arca nem com as despezas da bala; a família tem de pagar.”
Não, não deu vontade de atirá-lo pela janela. O trem, ainda em movimento, não pode parar enquanto não chegar a estação.
“Na Turquia, a polícia pega os bandidos, põe num paredão e metralha a todos.”
Os turcos gastam mais balas, foi o que pensei. Esse foi o único filme que consegui enxergar. Em preto, branco e vermelho.
A corda está ruindo. Depois de um tempo, de tanto balançar, ela sempre acaba arrebentando - no lado dos mais fracos, é claro.
O jardim precisa ser cuidado para que as flores de 11 de maio azuis não morram quando jogarem soda cáustica misturada à água do regador. Chuva ácida também as destrói; não deixa sobrar nem a raiz para que brotem de novo quando o sol estiver brilhando lá fora, para além dessa janela bloqueada pela sombra do prédio vizinho.
A TV não pára de dar problemas; está quebrada faz muito tempo. Hora tem programação boa; hora passa programas entediantes; hora sai completamente do ar ... Não adianta nem trocar de canal.
Tomara não descobrir que não tem mais conserto, senão, jogo-a pela janela sem nem ao menos verificar se tem alguém passando por perto.
segunda-feira, setembro 16, 2002
Domingo na TV...
Em tempos de CMI, No Logo, Seattle (Não, não estou falando de Grunge), Família Dinossauros ainda continua atual. É bom saber que mesmo na barriga do monstro ainda existem pessoas que lhe causem indigestão. É legal ver que os americanos achem graça na própria ruína. Fica melhor ainda ao saber que o programa é financiado pela Disney, uma das megacorporações no ramo das comunicações. Sexualidade; educação; família; a influência da TV e das grandes corporações na vida das pessoas (ou devo dizer sáurios?) e no governo; religião; consumismo; homossexualismo (disfarçado de vegetarianismo, uma prática que vai contra a moral e os bons costumes da sociedade dinossauriana e deve ser praticada äs escondidas, inclusive existindo bares especializados para esses párias); ecologia; a inutilidade de certas datas comemorativas, nada mais do que desculpas esfarrapadas para se gastar dinheiro. Tudo isso e mais um pouco foi abordado nessa série, uma crítica contudente à nossa atual sociedade, e que vem sendo reprisada no SBT, aos domingos pela manhã, lá pelas 11h 30min.
No episódio de ontem, Bob, o filho mais velho da família, inventa uma forma de energia simples, barata (na verdade, quase gratuita) e não poluente. Claro que isso incomoda a corporação que se beneficia da fonte atual, cara, altamente poluente e não renovável de energia, a imponente Nós-Dizemos-Que-Sim (WeSaySo, no original). Usando o correspondente à CNN, a empresa, que "coincidentemente" financia as repostagens, inicia uma campanha para expor a "verdade" sobre a invenção e principalmente seu criador. Bob, apesar da difamação e da impopularidade provocada pela imprensa, possui, nas palavras de sua irmã mais nova fútil e consumista, um "Idealismo idiota", e pretende doar sua descoberta para a ciência, ao invés de vendê-la para a empresa, que simplesmente planeja engavetar o projeto e nunca usá-lo. Mas a empresa, fria. calculista e sedenta de lucros a qualquer custo, consegue inuilizar o projeto simplesmente adquirindo sua matéria prima principal e impedindo qualquer acesso a ele. Nas palavras de Dino da Silva Sauro, patriarca da família e representante do típico John Smith americano: "Antes eu achava que a Empresa queria transformar a minha vida num inferno, mas (...) descobri que eles querem tranformar a vida de todo mundo num inferno".
Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência...
Em tempos de CMI, No Logo, Seattle (Não, não estou falando de Grunge), Família Dinossauros ainda continua atual. É bom saber que mesmo na barriga do monstro ainda existem pessoas que lhe causem indigestão. É legal ver que os americanos achem graça na própria ruína. Fica melhor ainda ao saber que o programa é financiado pela Disney, uma das megacorporações no ramo das comunicações. Sexualidade; educação; família; a influência da TV e das grandes corporações na vida das pessoas (ou devo dizer sáurios?) e no governo; religião; consumismo; homossexualismo (disfarçado de vegetarianismo, uma prática que vai contra a moral e os bons costumes da sociedade dinossauriana e deve ser praticada äs escondidas, inclusive existindo bares especializados para esses párias); ecologia; a inutilidade de certas datas comemorativas, nada mais do que desculpas esfarrapadas para se gastar dinheiro. Tudo isso e mais um pouco foi abordado nessa série, uma crítica contudente à nossa atual sociedade, e que vem sendo reprisada no SBT, aos domingos pela manhã, lá pelas 11h 30min.
No episódio de ontem, Bob, o filho mais velho da família, inventa uma forma de energia simples, barata (na verdade, quase gratuita) e não poluente. Claro que isso incomoda a corporação que se beneficia da fonte atual, cara, altamente poluente e não renovável de energia, a imponente Nós-Dizemos-Que-Sim (WeSaySo, no original). Usando o correspondente à CNN, a empresa, que "coincidentemente" financia as repostagens, inicia uma campanha para expor a "verdade" sobre a invenção e principalmente seu criador. Bob, apesar da difamação e da impopularidade provocada pela imprensa, possui, nas palavras de sua irmã mais nova fútil e consumista, um "Idealismo idiota", e pretende doar sua descoberta para a ciência, ao invés de vendê-la para a empresa, que simplesmente planeja engavetar o projeto e nunca usá-lo. Mas a empresa, fria. calculista e sedenta de lucros a qualquer custo, consegue inuilizar o projeto simplesmente adquirindo sua matéria prima principal e impedindo qualquer acesso a ele. Nas palavras de Dino da Silva Sauro, patriarca da família e representante do típico John Smith americano: "Antes eu achava que a Empresa queria transformar a minha vida num inferno, mas (...) descobri que eles querem tranformar a vida de todo mundo num inferno".
Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência...
domingo, setembro 15, 2002
Um passo atrás na apresentação do Esquilo Secreto
Quésia de Souza e Ébano Machel
Em decorrência do sucesso de público que se deu na apresentação da Banda Viagra no SESC, tornou-se necessária ao teatro a distribuição antecipada de "ingressos" para os próximosshows, o que nos "obrigou" a usar do "bom senso"e doar o quilo-de-alimento-não-perecível.
Embora o Esquilo Secreto possua um estilo diferente da banda de sexta passada, o público era praticamente o mesmo- nota-se porém, a presença de algumas figurinhas que pareciam ter no máximo uns dez anos de idade e a ausência de boa parte da "galera das antigas". Fato curioso: a idade do público variava desde "pré-adolescentes" que nem tinham chegado à época das espinhas até pessoas mais velhas que o timpaneiro Jorge Rocha.
A banda da vez, fomada por Hélder Cabral na bateria, Bruno Faria no baixo, Alexandre Henriques na guitarra e Anderson Alex no vocal, nunca havia pisado em um palco antes.Esse foi o primeiro show "grande deles".
Hey! Ho! Let's Go! Os meninos iniciaram o repertório ressucitando Blitzkrieg Bop: o velho Ramones ainda sobrevive entre a geração DVD- assim como na História, o passado sempre presente.
Como não poderia faltar num show das bandas "new generation" (galerinha nova) partiram para o estupro dos nossos tímpanos- Ó nóis aí, ó. "Rape me" era a primeira da sessão Nirvana. Guitarras metalicamente distorcidas disparando em todas as direções. Após o frenesi Kurtcobainístico, mais uma veinha: I believe in miracles. E nós acreditávamos que tudo acabaria cem tal qual semana passada. Em seguida, nada mais sugestivo: "Machine Head". Bush- eu (Quésia) preferiria que tivesse sido Rush- também fez parte do eclético repertório para agradar nazistas e semitas. Antes ser enterrado em um "Pet Semmatary" do que numa vala junto com milhares de outros corpos desconhecidos. A Segunda Guerra Mundial acabou; mas assim como os Ramones, deixou sua herança. Nem o Foo Fighters escapou: "Break out". Break out our little words. Embalada pela música de Dave Grohl, a multidão achou conveniente pedir para banda tocar músicas do Iron Maiden.
A resposta da banda foi mais ou menos parecida: "Sheena is a Punk Rocker" dos Ramones botou a molecada pra pular, literalmente- fato que mais tarde terminaria em desatre. Kurt Cobain voltou a invadir o SESC nas mãos do Esquilo com Satanic, ops, Territorial Pissings, uma das músicas mais divertidas da banda. A seqüência de hits prosseguiu com "Poison Heart" e "Porch" do Pearl Jam, sendo que esta última não teve definição do solo devido ao eterno problema das bandas da cena em Campos: auxílio para transformar o som definido na passagem. A banda foi prejudicada em todo o show por problemas técnicos.
A massa, empolgou de vez com Pearl Jam e quis ouvir algo semelhante: pediram desta vez Black Sabbath - será que tem algo em comum com essas bandas mesmo ou essa galera queria mostrar que conhecia vários nomes de bandas? A resposta não poderia ser melhor, "Every breath you take" do The Police, numa versão bem peculiar da banda, foi a hora da galera respirar um pouco.
Porém, mal o povo deu a primeira inspirada, o coro comeu com Nirvana no seu eterno hit bate-cabeça-onde-quer-que-esteja "Smells like a teen Spirit" -eu (Ébano) prefiro "smells like a tenda espírita" do falecido(?) Gangrena Gasosa. A galera se empolgou e quebrou tudo. Tudo mesmo!!!
Nessa hora, Dorinha, nervosa como nunca vista antes, subiu no palco e terminou o show. O seu segurança subiu junto mostrando o motivo do fim antecipado do show. Na roda improvisada que acontecia atrás das cadeiras um bonitinho teve a idéia de subir no encosto de uma das cadeiras para dar um mosh. Nessa feliz tentativa, ele quebrou a cadeira. O show acabou e mais uma vez ficou aquele clima no ar que tinha se repetido na apresentação da banda Terceiro Grau: será que o projeto vai acabar?
E assim a história prossegue: fica reforçado o estereótipo do apreciador de rock como desordeiro, drogado e outros adjetivos igualmente ofensivos, o que serve de razão aos donos de casas noturnas nos momentos em que eles não querem ceder seu espaço para que as bandas se apresentem, temendo que aconteça o mesmo que aconteceu no SESC. Por causa da frustrada tentativa de rebeldia de alguns, todo o rock campista, incluindo fãs e bandas locais, sai perdendo.
Pela última vez, no show da Oryon, deixem as cadeiras em paz!!! Coloquem nessas cabeças revoltadas que o seu direito termina onde começa o do próximo. Acreditamos que não é tão difícil pensar assim.
Quésia de Souza e Ébano Machel
Em decorrência do sucesso de público que se deu na apresentação da Banda Viagra no SESC, tornou-se necessária ao teatro a distribuição antecipada de "ingressos" para os próximosshows, o que nos "obrigou" a usar do "bom senso"e doar o quilo-de-alimento-não-perecível.
Embora o Esquilo Secreto possua um estilo diferente da banda de sexta passada, o público era praticamente o mesmo- nota-se porém, a presença de algumas figurinhas que pareciam ter no máximo uns dez anos de idade e a ausência de boa parte da "galera das antigas". Fato curioso: a idade do público variava desde "pré-adolescentes" que nem tinham chegado à época das espinhas até pessoas mais velhas que o timpaneiro Jorge Rocha.
A banda da vez, fomada por Hélder Cabral na bateria, Bruno Faria no baixo, Alexandre Henriques na guitarra e Anderson Alex no vocal, nunca havia pisado em um palco antes.Esse foi o primeiro show "grande deles".
Hey! Ho! Let's Go! Os meninos iniciaram o repertório ressucitando Blitzkrieg Bop: o velho Ramones ainda sobrevive entre a geração DVD- assim como na História, o passado sempre presente.
Como não poderia faltar num show das bandas "new generation" (galerinha nova) partiram para o estupro dos nossos tímpanos- Ó nóis aí, ó. "Rape me" era a primeira da sessão Nirvana. Guitarras metalicamente distorcidas disparando em todas as direções. Após o frenesi Kurtcobainístico, mais uma veinha: I believe in miracles. E nós acreditávamos que tudo acabaria cem tal qual semana passada. Em seguida, nada mais sugestivo: "Machine Head". Bush- eu (Quésia) preferiria que tivesse sido Rush- também fez parte do eclético repertório para agradar nazistas e semitas. Antes ser enterrado em um "Pet Semmatary" do que numa vala junto com milhares de outros corpos desconhecidos. A Segunda Guerra Mundial acabou; mas assim como os Ramones, deixou sua herança. Nem o Foo Fighters escapou: "Break out". Break out our little words. Embalada pela música de Dave Grohl, a multidão achou conveniente pedir para banda tocar músicas do Iron Maiden.
A resposta da banda foi mais ou menos parecida: "Sheena is a Punk Rocker" dos Ramones botou a molecada pra pular, literalmente- fato que mais tarde terminaria em desatre. Kurt Cobain voltou a invadir o SESC nas mãos do Esquilo com Satanic, ops, Territorial Pissings, uma das músicas mais divertidas da banda. A seqüência de hits prosseguiu com "Poison Heart" e "Porch" do Pearl Jam, sendo que esta última não teve definição do solo devido ao eterno problema das bandas da cena em Campos: auxílio para transformar o som definido na passagem. A banda foi prejudicada em todo o show por problemas técnicos.
A massa, empolgou de vez com Pearl Jam e quis ouvir algo semelhante: pediram desta vez Black Sabbath - será que tem algo em comum com essas bandas mesmo ou essa galera queria mostrar que conhecia vários nomes de bandas? A resposta não poderia ser melhor, "Every breath you take" do The Police, numa versão bem peculiar da banda, foi a hora da galera respirar um pouco.
Porém, mal o povo deu a primeira inspirada, o coro comeu com Nirvana no seu eterno hit bate-cabeça-onde-quer-que-esteja "Smells like a teen Spirit" -eu (Ébano) prefiro "smells like a tenda espírita" do falecido(?) Gangrena Gasosa. A galera se empolgou e quebrou tudo. Tudo mesmo!!!
Nessa hora, Dorinha, nervosa como nunca vista antes, subiu no palco e terminou o show. O seu segurança subiu junto mostrando o motivo do fim antecipado do show. Na roda improvisada que acontecia atrás das cadeiras um bonitinho teve a idéia de subir no encosto de uma das cadeiras para dar um mosh. Nessa feliz tentativa, ele quebrou a cadeira. O show acabou e mais uma vez ficou aquele clima no ar que tinha se repetido na apresentação da banda Terceiro Grau: será que o projeto vai acabar?
E assim a história prossegue: fica reforçado o estereótipo do apreciador de rock como desordeiro, drogado e outros adjetivos igualmente ofensivos, o que serve de razão aos donos de casas noturnas nos momentos em que eles não querem ceder seu espaço para que as bandas se apresentem, temendo que aconteça o mesmo que aconteceu no SESC. Por causa da frustrada tentativa de rebeldia de alguns, todo o rock campista, incluindo fãs e bandas locais, sai perdendo.
Pela última vez, no show da Oryon, deixem as cadeiras em paz!!! Coloquem nessas cabeças revoltadas que o seu direito termina onde começa o do próximo. Acreditamos que não é tão difícil pensar assim.
sexta-feira, setembro 13, 2002
É..., mais um 11 de setembro se foi!...
Enquanto todos ficavam bajulando o bush na tv e chorando os mortos do wtc, nós tivemos o nosso 11 de setembro...
Enquanto os bombeiros brasileiros faziam papagaiados, quer dizer homenagens, aos bombeiros e as vitimas americanas
o presídio de segurança MÁXIMA, Bangu 1foi tomado pelo beira mar, e toda a cidade do Rio de Janeiro viveu um dia de
tremendo terror, praticamente toda cidade ficou em alerta.
Dentro do presídio Fernadinho tinha o controle...,se a polícia ousasse pensar em invadir o presídio, ele,beira mar,
utilizaria alguns dos 10 ou mais celulares que estavam dentro do presídio e mandaria seus comparsas, do
lado de fora, realizarem verdadeiros arrastões de terror por toda a cidade...
Resultado...,quando ele,beira mar, e seus comparsas cansaram de brincar de "QUEM É O MESTRE"
simplesmente falaram que pararam e ficou por isso mesmo...,e da populção só via e se ouvia... coitadinho dos americanos...,
tá na hora de botar o Iraque nas rédias,o Bush é um homem justo...
E na mídia..., só o reforço!!!
Enquanto todos ficavam bajulando o bush na tv e chorando os mortos do wtc, nós tivemos o nosso 11 de setembro...
Enquanto os bombeiros brasileiros faziam papagaiados, quer dizer homenagens, aos bombeiros e as vitimas americanas
o presídio de segurança MÁXIMA, Bangu 1foi tomado pelo beira mar, e toda a cidade do Rio de Janeiro viveu um dia de
tremendo terror, praticamente toda cidade ficou em alerta.
Dentro do presídio Fernadinho tinha o controle...,se a polícia ousasse pensar em invadir o presídio, ele,beira mar,
utilizaria alguns dos 10 ou mais celulares que estavam dentro do presídio e mandaria seus comparsas, do
lado de fora, realizarem verdadeiros arrastões de terror por toda a cidade...
Resultado...,quando ele,beira mar, e seus comparsas cansaram de brincar de "QUEM É O MESTRE"
simplesmente falaram que pararam e ficou por isso mesmo...,e da populção só via e se ouvia... coitadinho dos americanos...,
tá na hora de botar o Iraque nas rédias,o Bush é um homem justo...
E na mídia..., só o reforço!!!
quinta-feira, setembro 12, 2002
Aí, macacada, tô estreiando aqui, após uma loonga espera. Sobrevivemos a um outro interminável martírio causado pelo dia 11 de setembro. Não, não jogaram avião em lugar nenhum (Pelo menos, não que eu saiba... O da Tam foi defeito e safadeza, mesmo). Foi a imprensa que novamente explorou ao máximo o tema. Documentário de tudo quanto é tipo, carinha de Bin Laden na TV, carinha de B(abaca)ush, luto, homenagem aos mortos, o mesmo circo de um ano atrás (o espetáculo não teve o mesmo impacto, mas não custa nada tentar, né?). Enquanto o mundo especulava se haveria outro ataque, acordei cedinho no que seria meu último dia no Rio (fui a trabalho), fui ao banheiro com um gibi (sem ter o que ler, não desce, literalmente), depois fui com uma amiga a alguns sebos no Centro, comprei algumas raridades, os 3 últimos números do "Celestial e o Profano", mini-série muitcho lôca do Monstro do Pântano, a quadrinização do "O Morro dos Ventos Uivantes", da coleção Classic Illustrated - hehehe, só falta "O Conde de Monte Cristo" e "A Queda da Casa de Usher" pra completar a coleção. Se alguém tiver interessado em desfazer, entra em contato comigo - , "The Selfish Gene", livro-bomba clássico do biólogo Richard Dawkins, e "Deus e a Nova Física", do Grande Paul Davies. Este último comprei a preço de banana. Só uma pila!!! Um mero beija-flor!!! Acho que a banana tá mais cara.
Ainda comprei, na rodoviária, uma edição especial do Homem-Aranha na tragédia do 11 de setembro. Começa legal, nosso herói encarando a dor humana, a incapacidade de impedir certos desastres, mas acaba com aquele papo americano de que é dever patriótico revidar na mesma moeda. Patético. Esperava mais. Mas essa, eu pedi.
Depois voltei pra esta cidade chamada Campos, cheguei em casa, liguei a TV e fui novamente assombrado pelo fantasma americano do 11 de setembro. Cobertura do dia americano, especiais eram anunciados em vários canais, o de sempre.
É. Consegui sobreviver a mais um 11 de setembro. Mas outros virão. Outros virão...
Ainda comprei, na rodoviária, uma edição especial do Homem-Aranha na tragédia do 11 de setembro. Começa legal, nosso herói encarando a dor humana, a incapacidade de impedir certos desastres, mas acaba com aquele papo americano de que é dever patriótico revidar na mesma moeda. Patético. Esperava mais. Mas essa, eu pedi.
Depois voltei pra esta cidade chamada Campos, cheguei em casa, liguei a TV e fui novamente assombrado pelo fantasma americano do 11 de setembro. Cobertura do dia americano, especiais eram anunciados em vários canais, o de sempre.
É. Consegui sobreviver a mais um 11 de setembro. Mas outros virão. Outros virão...
quarta-feira, setembro 11, 2002
EM 1109,SUBVERTAMOS !
A revista [mão única ?] lançou uma edição especial sobre 1109. confira aqui, se quiser um bocado de terrorismo literário.
A revista [mão única ?] lançou uma edição especial sobre 1109. confira aqui, se quiser um bocado de terrorismo literário.
Comunicado Urgente:
Não liguem a TV no dia de hoje; se abrirem os jornais e/ou as revistas, façam-no com muito cuidado e muita atenção no que lêem. Aliás, se eu fosse vocês, não ligaria a TV nunca ... quer dizer, se tiverem tempo sobrando (e realmente não quiserem fazer nada da infinitude de coisas que há para serem feitas...) podem até ver o Seu Creysson (agora com équio! ô coisa mais bestia meu Deus) e as organizações Tabajara e Capivara mostrando exatamente qual é a utilidade de grande parte das coisas que a gente compra.
Só dá Bin Laden, George W. Bush, al-Qaeda, Torres Caindo na telinha. Repetindo sempre as mesmas coisas: Osama Bin Laden é mau e George W. Bush e Cia. são vítimas. Os responsáveis pelos ataques ao World Trade Center fizeram um ótimo trabalho – estou falando do ponto de vista técnico, não confundam as coisas. Foi tudo tão bem calculado. Nem mesmo a Águia da Arrogância do Norte, que pensa que tudo pode, conseguiu se precaver. Até Esparta e Roma, muito maiores, caíram. Quem mais poderá resistir?
Terrorismo? Sou total e absolutamente contra. Não concordo em número, grau e nem em gênero com a idéia de matar pessoas inocentes-até-que-se-prove-o-contrário. Para dizer a verdade, sou contrária à pena de morte e às torturas. Os seres humanos têm todo o direito à vida; isto é indiscutível. Sou totalmente contra aos atos terrorista que a Àguia Nobre comete. Está pesando o quê? Acha que é bonito torturar, matar, discriminar as pessoas? Deixar populações inteiras sem comida e sem emprego enquanto devastam suas florestas para produzirem aquelas embalagens ridículas, e/ou criar gado para usar em sanduíches radiotaivos-cancerígenos-tóxicos ... Não dá para engolir mesmo! (E por falar em McPorcariaDonalds, que cena mais absurda é aquela daquelas aves tocando sanfona? A Águia da Malvadeza não perdoa nem a Asa Branca. Ave Maria!)
Por isso meus caros amigos: cuidado com o que estão lendo, assistindo, falando, ouvindo, comendo ... Quando se trata de vida e bem-estar de seres humanos, as piadas perdem a graça.
Não liguem a TV no dia de hoje; se abrirem os jornais e/ou as revistas, façam-no com muito cuidado e muita atenção no que lêem. Aliás, se eu fosse vocês, não ligaria a TV nunca ... quer dizer, se tiverem tempo sobrando (e realmente não quiserem fazer nada da infinitude de coisas que há para serem feitas...) podem até ver o Seu Creysson (agora com équio! ô coisa mais bestia meu Deus) e as organizações Tabajara e Capivara mostrando exatamente qual é a utilidade de grande parte das coisas que a gente compra.
Só dá Bin Laden, George W. Bush, al-Qaeda, Torres Caindo na telinha. Repetindo sempre as mesmas coisas: Osama Bin Laden é mau e George W. Bush e Cia. são vítimas. Os responsáveis pelos ataques ao World Trade Center fizeram um ótimo trabalho – estou falando do ponto de vista técnico, não confundam as coisas. Foi tudo tão bem calculado. Nem mesmo a Águia da Arrogância do Norte, que pensa que tudo pode, conseguiu se precaver. Até Esparta e Roma, muito maiores, caíram. Quem mais poderá resistir?
Terrorismo? Sou total e absolutamente contra. Não concordo em número, grau e nem em gênero com a idéia de matar pessoas inocentes-até-que-se-prove-o-contrário. Para dizer a verdade, sou contrária à pena de morte e às torturas. Os seres humanos têm todo o direito à vida; isto é indiscutível. Sou totalmente contra aos atos terrorista que a Àguia Nobre comete. Está pesando o quê? Acha que é bonito torturar, matar, discriminar as pessoas? Deixar populações inteiras sem comida e sem emprego enquanto devastam suas florestas para produzirem aquelas embalagens ridículas, e/ou criar gado para usar em sanduíches radiotaivos-cancerígenos-tóxicos ... Não dá para engolir mesmo! (E por falar em McPorcariaDonalds, que cena mais absurda é aquela daquelas aves tocando sanfona? A Águia da Malvadeza não perdoa nem a Asa Branca. Ave Maria!)
Por isso meus caros amigos: cuidado com o que estão lendo, assistindo, falando, ouvindo, comendo ... Quando se trata de vida e bem-estar de seres humanos, as piadas perdem a graça.
terça-feira, setembro 10, 2002
Ali bem perto...
Um ponto de ônibus..., a todo tempo várias pessoas chegam e se vão dele, todas essas pessoas ali chegam, mas nem ao menos se perguntam porque realmente ali estão.
Por esse ponto de ônibus vários automóveis passam. E hoje aquelas pessoas mal sabiam que entre elas, que sempre embarcam em um ônibus naquele horário, tinha uma pessoa em especial, que teria sua rotina quebrada. E dentre vários automóveis teria um que não seria apenas mais um...
Marisa, jovem aparentando 28 anos, pele clara, cabelos negros. Está ali mais uma vez, esperando por uma condução que a levará até o seu trabalho, parada ela permanece, tranqüila e com seu olhar contemplando o nada.
Marisa e todos os outros são indiferentes a um determinado veículo, um carro azul que se destaca por fazer ultrapassagens em uma velocidade muito superior à permitida. E ele pára em frente ao ponto, os mais atentos percebem que há dois indivíduos no veículo. Todos se assustam com um barulho, um dos indivíduos -o do carona- desce e desfere mais dois tiros em Marisa que já está no chão. O homem volta para o carro, que sai em disparada.
No ponto de ônibus todos ficam perplexos. Em estado de choque, sem entender o que acabou de acontecer, ali bem perto.
Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência – exceto pelo fato de que diante a um acontecimento desse, as pessoas não ficam – mais – perplexas. Em estado de choque elas dão “graças a Deus” por não ter sido com elas, e com a maior indiferença seguem suas vidas...
Afinal de contas..., apenas morreu mais um!
Um ponto de ônibus..., a todo tempo várias pessoas chegam e se vão dele, todas essas pessoas ali chegam, mas nem ao menos se perguntam porque realmente ali estão.
Por esse ponto de ônibus vários automóveis passam. E hoje aquelas pessoas mal sabiam que entre elas, que sempre embarcam em um ônibus naquele horário, tinha uma pessoa em especial, que teria sua rotina quebrada. E dentre vários automóveis teria um que não seria apenas mais um...
Marisa, jovem aparentando 28 anos, pele clara, cabelos negros. Está ali mais uma vez, esperando por uma condução que a levará até o seu trabalho, parada ela permanece, tranqüila e com seu olhar contemplando o nada.
Marisa e todos os outros são indiferentes a um determinado veículo, um carro azul que se destaca por fazer ultrapassagens em uma velocidade muito superior à permitida. E ele pára em frente ao ponto, os mais atentos percebem que há dois indivíduos no veículo. Todos se assustam com um barulho, um dos indivíduos -o do carona- desce e desfere mais dois tiros em Marisa que já está no chão. O homem volta para o carro, que sai em disparada.
No ponto de ônibus todos ficam perplexos. Em estado de choque, sem entender o que acabou de acontecer, ali bem perto.
Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência – exceto pelo fato de que diante a um acontecimento desse, as pessoas não ficam – mais – perplexas. Em estado de choque elas dão “graças a Deus” por não ter sido com elas, e com a maior indiferença seguem suas vidas...
Afinal de contas..., apenas morreu mais um!
domingo, setembro 08, 2002
Pegando carona na bonita descrição de Jorge sobre o show do Viagra, gostaria de falar sobre duas coisas: a primeira delas é concordar com esse timpaneiro no momento em que ele parabeniza as composições próprias da banda e incentiva-a a ir se livrando dos covers gradativamente(ao meu ver, a música que mais estremeceu aquele teatro foi Tempo de Violência que é uma música que o Sepultura tá tentando fazer, mas não conseguiu da mesma forma que Gilberto Gil não conseguiu fazer o que fez Jorge Benjor). Com o passar do tempo, o Viagra vai ser um autêntico Viagra e vai agradar a molecada e os da antiga com certeza.
O último assunto tem a ver com uma manchete que eu li em um site, não acreditei, conferi na fonte e lá estava a confirmação. Uma notícia escabrosa, nojenta, de mau gosto, capaz de acabar com o sentido da vida de muitos aspirantes a rock star.
Eu assisti na televisão a um show de uma banda nova, comercial, modista mas que eu gostava de ouvir o som de base junto com as letras. A banda era Papa Roach. Já havaim me avisado que a performance deles ao vivo era um lixo, o que infelizmente eu pude comprovar. Porém, algo que se destacou entre as loucuras do show foi uma hora em que o vocalista Coby Dick pegou uma garrafa de água, guardou um pouco do líquido na boca e cuspiu carinhosamente esse líquido na boca de uma fã frenética que depois recebeu um close lambendo os lábios para absorver tudo que Coby tinha a intenção de por em sua boca. Acreditei que talvez esse seja o objetivo de alguns aspirantes a rock star: fazer o que desejar com meninas e ser aplaudido por isso.
O mais chcante era o conteúdo desse líquido. O que a TV não tinha mostrado era que Coby tinha urinado nessa garrafa, bebeu a urina e golfou essa urina na fã. Que espécie de ser humano faria uma coisa dessas? Depois de saber de uma notícia dessas, nunca mais ouvi e toquei Papa Roach da mesma forma.
Fica aqui uma pergunta exposta àqueles que posso chamar de paga-paus revoltados e que vêem em Kurt Cobain o modelo daquilo que deveriam ser quando crescer: vocês beberiam a urina de seus ídolos?
Já passou da hora de fazermos a distinção entre quem produz a música e sua própria música. O fato de eu gostar de Papa Roach não me obriga a andar e agir como eles. Não se esqueçam de um fato importantíssimo: não estamos nos Estados Unidos, esse tipo de comportamento por lá ocorre na mesma proporção que o dos pagodeiros aqui no Brasil, que vocês tanto abominam. Não sei é inteligente trocar um modismo por outro que nada tem a ver com a sua realidade.
P.S.: Rodriguin, te chamaram de Millhouse. Vai deixar? Vai deixar?
O último assunto tem a ver com uma manchete que eu li em um site, não acreditei, conferi na fonte e lá estava a confirmação. Uma notícia escabrosa, nojenta, de mau gosto, capaz de acabar com o sentido da vida de muitos aspirantes a rock star.
Eu assisti na televisão a um show de uma banda nova, comercial, modista mas que eu gostava de ouvir o som de base junto com as letras. A banda era Papa Roach. Já havaim me avisado que a performance deles ao vivo era um lixo, o que infelizmente eu pude comprovar. Porém, algo que se destacou entre as loucuras do show foi uma hora em que o vocalista Coby Dick pegou uma garrafa de água, guardou um pouco do líquido na boca e cuspiu carinhosamente esse líquido na boca de uma fã frenética que depois recebeu um close lambendo os lábios para absorver tudo que Coby tinha a intenção de por em sua boca. Acreditei que talvez esse seja o objetivo de alguns aspirantes a rock star: fazer o que desejar com meninas e ser aplaudido por isso.
O mais chcante era o conteúdo desse líquido. O que a TV não tinha mostrado era que Coby tinha urinado nessa garrafa, bebeu a urina e golfou essa urina na fã. Que espécie de ser humano faria uma coisa dessas? Depois de saber de uma notícia dessas, nunca mais ouvi e toquei Papa Roach da mesma forma.
Fica aqui uma pergunta exposta àqueles que posso chamar de paga-paus revoltados e que vêem em Kurt Cobain o modelo daquilo que deveriam ser quando crescer: vocês beberiam a urina de seus ídolos?
Já passou da hora de fazermos a distinção entre quem produz a música e sua própria música. O fato de eu gostar de Papa Roach não me obriga a andar e agir como eles. Não se esqueçam de um fato importantíssimo: não estamos nos Estados Unidos, esse tipo de comportamento por lá ocorre na mesma proporção que o dos pagodeiros aqui no Brasil, que vocês tanto abominam. Não sei é inteligente trocar um modismo por outro que nada tem a ver com a sua realidade.
P.S.: Rodriguin, te chamaram de Millhouse. Vai deixar? Vai deixar?
sábado, setembro 07, 2002
Não quebramos nada. [ou “é possível levar à sério um show do Viagra ?"]
“E aí, mano ? Vai ser tudo na paz ?”. A primeira frase que falei para Thiago Kerzer na noite de sexta, dia 7, no Sesc-Campos, tinha um puta sentido. Estava para começar o show do Viagra – ô nome ! – no projeto Arte na Tribo e todos nós, timpaneiros [sap: companheiros de Tímpano], estávamos preocupados. Na sexta anterior, haviam quebrado cinco cadeiras do teatro, no show da banda Terceiro Grau, que nem é “pesada”, e tínhamos receio de que certos sujeitos malvados pudessem fazer uma merda maior, mostrando toda sua revolta - enquanto o vento continuasse a ecoar entre suas orelhas -, quebrando mais algumas. Sabíamos que, caso isso acontecesse, era um efeito dominó certo: Viagra nunca mais tocaria no Sesc, ficaria com pecha de encrenqueira e projetos como esse iriam pras cucuias – daí, nicas de palco pra banda nenhuma; como se já tivéssemos espaço sobrando para nos dar ao luxo de perder mais um.
Resolvidos a não deixar este espaço escoar entre nossos dedos, decidimos que o melhor a fazer seria ficar de olho na moçada, para evitar que atitudes mais exaltadas fossem demonstradas logo em cima das cadeiras. E não é que funcionou ? Eu adoro quando um plano dá certo. A rapaziada, devidamente avisada pela coordenadora do evento, Dorinha, soube se comportar beleza. Isso mostrou que este foi um “show de banda grande”, como observou Alexandro Florentino, timpaneiro e camarada do Francisco F., depois que o massacre sonoro do Viagra havia acabado e discutíamos com os demais participantes deste blog – a saber, Quésia Francisco, Max, Thiago Kherzer [que se retirou antes do show acabar e não presenciou a formulação de piadas internas], Ébano Machel e Rodrigo Manhães - qual é a cara dessa fuleiragem.
Mas por que diabos eu estou demorando tanto para falar do show ? Devo estar sendo inspirado pela pontualidade do guitarrista Rodrigo Manhães. Manja: o show estava marcado para começar às 20h. E talvez realmente começasse, se não fosse o atraso de Millhouse, quer dizer, Rodrigo - que, além de outras funções [hehehe], edita o sítio Tímpano do qual este digníssimo blog faz parte. Daí que a massa ensandecida cometia atos de saudável selvageria - porque toda selvageria é saudável quando se tem 20 e poucos anos, ora bolas -, como berrar “Viagra ! Viagra ! Viagra !” tão logo anunciaram no microfone, pela primeira vez, que o show iria atrasar porque todos estavam esperando a chegada do guitarrista. E ele não deixou de ser devidamente ovacionado quando toda a banda subiu ao palco; Thiago e Ébano se apressaram em gritar “boneca !”, aproveitando-se de que ele toca sem óculos e não podia localizar ao certo quem o “reverenciava”. Enquanto desenrolavam o emaranhado de fios no palco - têm coisas que só acontecem com o Viagra -, gurias semi-histéricas eram acometidas da síndrome de groupie e teciam elogios picantes - ufffss, essa foi no esôfago - sobre a pessoa do vocalista Marcinho, cujos cabelos espetados faziam com que parecesse uma versão hardcore do Cebolinha.
Esse foi um sinal sutil de que eu estava no meio de fogo cruzado; quando se trata de Viagra, é difícil saber onde começa ou termina o palco. E não foi diferente dessa vez – ainda bem ! A primeira música foi Escravos rurais, de autoria própria, que já se encarregou de não deixar viva alma parada naquele teatro apertado e sem nenhuma ventilação. Música com boa pegada, o que só comprova que Viagra - formado ainda por Andinho (baixo), Leon (guitarra) e João Felipe (bateria) – precisa se livrar de bancar a maior parte de seu repertório com covers. Não que essas façam feio, como mostraram Roots bloody roots e Vermes, mas os caras tem punch e identidade sobrando para investir em composições próprias. Quando Marcinho vociferou Beber até morrer e, na cola, Refuse/Resist, eu pensei: “é agora que essa merda desmonta”. Dava pra sentir o teatro inteiro sacolejando com a massa sonora produzida pela banda – com um merecido destaque para João Felipe, que tem se superado a cada show - e pelos pulos do público. Na sequência, enquanto eu tentava verificar de meu posto de observação se “nada de mais” havia acontecido, eis que ouço os acordes (?!?) da clássica Funkeiro Hermafrodita. Cada vez é mais cômico ver um bando de cabeludos e menininhas alucinadas - uma boa parte que gosta de sair posando de radical - batendo cabeça enquanto Marcinho berra “uh-tererê”.
À essa altura, era até covardia continuar o show – o dia já havia sido ganho. Mas os caras destilaram ainda The last time, Tempo de violência - outra música própria - Troops of doom, Thy Kingdom come, Work for never e Territory. O público dançava, suava, bufava e nem ligava para esses últimos, contagiado pelo espetáculo – é a definição mais simples que posso dar para um show do Viagra. Impressiona bastante como esses malacos fazem um barulho de alta qualidade no palco. Te digo: tenho até medo do que poderia acontecer se esses caras se levassem um pouco mais a sério. A cara da moçada - que fez bonito deixando tudo intacto -, entre o satisfeito e levemente zangado com o fim do show já dá os indícios. Enfim, é até meio desnecessário dizer que eu considero que Viagra é uma das melhores bandas que Campos já teve nos últimos tempos. Malacos de bandas que geraram, ainda que por tortos caminhos, a Viagra, como Ardósia - se estivessem ainda entre nós - por certo ficariam orgulhosos. Eu estou. E enquanto meus ouvidos começavam a parar de zumbir, eu contabilizava o saldo final: um guri passou mal de tanto biritar - quer coisa mais normal do que isso ? – e nada foi quebrado. O mundo não é uma beleza ? E que venha o Esquilo Secreto ...
“E aí, mano ? Vai ser tudo na paz ?”. A primeira frase que falei para Thiago Kerzer na noite de sexta, dia 7, no Sesc-Campos, tinha um puta sentido. Estava para começar o show do Viagra – ô nome ! – no projeto Arte na Tribo e todos nós, timpaneiros [sap: companheiros de Tímpano], estávamos preocupados. Na sexta anterior, haviam quebrado cinco cadeiras do teatro, no show da banda Terceiro Grau, que nem é “pesada”, e tínhamos receio de que certos sujeitos malvados pudessem fazer uma merda maior, mostrando toda sua revolta - enquanto o vento continuasse a ecoar entre suas orelhas -, quebrando mais algumas. Sabíamos que, caso isso acontecesse, era um efeito dominó certo: Viagra nunca mais tocaria no Sesc, ficaria com pecha de encrenqueira e projetos como esse iriam pras cucuias – daí, nicas de palco pra banda nenhuma; como se já tivéssemos espaço sobrando para nos dar ao luxo de perder mais um.
Resolvidos a não deixar este espaço escoar entre nossos dedos, decidimos que o melhor a fazer seria ficar de olho na moçada, para evitar que atitudes mais exaltadas fossem demonstradas logo em cima das cadeiras. E não é que funcionou ? Eu adoro quando um plano dá certo. A rapaziada, devidamente avisada pela coordenadora do evento, Dorinha, soube se comportar beleza. Isso mostrou que este foi um “show de banda grande”, como observou Alexandro Florentino, timpaneiro e camarada do Francisco F., depois que o massacre sonoro do Viagra havia acabado e discutíamos com os demais participantes deste blog – a saber, Quésia Francisco, Max, Thiago Kherzer [que se retirou antes do show acabar e não presenciou a formulação de piadas internas], Ébano Machel e Rodrigo Manhães - qual é a cara dessa fuleiragem.
Mas por que diabos eu estou demorando tanto para falar do show ? Devo estar sendo inspirado pela pontualidade do guitarrista Rodrigo Manhães. Manja: o show estava marcado para começar às 20h. E talvez realmente começasse, se não fosse o atraso de Millhouse, quer dizer, Rodrigo - que, além de outras funções [hehehe], edita o sítio Tímpano do qual este digníssimo blog faz parte. Daí que a massa ensandecida cometia atos de saudável selvageria - porque toda selvageria é saudável quando se tem 20 e poucos anos, ora bolas -, como berrar “Viagra ! Viagra ! Viagra !” tão logo anunciaram no microfone, pela primeira vez, que o show iria atrasar porque todos estavam esperando a chegada do guitarrista. E ele não deixou de ser devidamente ovacionado quando toda a banda subiu ao palco; Thiago e Ébano se apressaram em gritar “boneca !”, aproveitando-se de que ele toca sem óculos e não podia localizar ao certo quem o “reverenciava”. Enquanto desenrolavam o emaranhado de fios no palco - têm coisas que só acontecem com o Viagra -, gurias semi-histéricas eram acometidas da síndrome de groupie e teciam elogios picantes - ufffss, essa foi no esôfago - sobre a pessoa do vocalista Marcinho, cujos cabelos espetados faziam com que parecesse uma versão hardcore do Cebolinha.
Esse foi um sinal sutil de que eu estava no meio de fogo cruzado; quando se trata de Viagra, é difícil saber onde começa ou termina o palco. E não foi diferente dessa vez – ainda bem ! A primeira música foi Escravos rurais, de autoria própria, que já se encarregou de não deixar viva alma parada naquele teatro apertado e sem nenhuma ventilação. Música com boa pegada, o que só comprova que Viagra - formado ainda por Andinho (baixo), Leon (guitarra) e João Felipe (bateria) – precisa se livrar de bancar a maior parte de seu repertório com covers. Não que essas façam feio, como mostraram Roots bloody roots e Vermes, mas os caras tem punch e identidade sobrando para investir em composições próprias. Quando Marcinho vociferou Beber até morrer e, na cola, Refuse/Resist, eu pensei: “é agora que essa merda desmonta”. Dava pra sentir o teatro inteiro sacolejando com a massa sonora produzida pela banda – com um merecido destaque para João Felipe, que tem se superado a cada show - e pelos pulos do público. Na sequência, enquanto eu tentava verificar de meu posto de observação se “nada de mais” havia acontecido, eis que ouço os acordes (?!?) da clássica Funkeiro Hermafrodita. Cada vez é mais cômico ver um bando de cabeludos e menininhas alucinadas - uma boa parte que gosta de sair posando de radical - batendo cabeça enquanto Marcinho berra “uh-tererê”.
À essa altura, era até covardia continuar o show – o dia já havia sido ganho. Mas os caras destilaram ainda The last time, Tempo de violência - outra música própria - Troops of doom, Thy Kingdom come, Work for never e Territory. O público dançava, suava, bufava e nem ligava para esses últimos, contagiado pelo espetáculo – é a definição mais simples que posso dar para um show do Viagra. Impressiona bastante como esses malacos fazem um barulho de alta qualidade no palco. Te digo: tenho até medo do que poderia acontecer se esses caras se levassem um pouco mais a sério. A cara da moçada - que fez bonito deixando tudo intacto -, entre o satisfeito e levemente zangado com o fim do show já dá os indícios. Enfim, é até meio desnecessário dizer que eu considero que Viagra é uma das melhores bandas que Campos já teve nos últimos tempos. Malacos de bandas que geraram, ainda que por tortos caminhos, a Viagra, como Ardósia - se estivessem ainda entre nós - por certo ficariam orgulhosos. Eu estou. E enquanto meus ouvidos começavam a parar de zumbir, eu contabilizava o saldo final: um guri passou mal de tanto biritar - quer coisa mais normal do que isso ? – e nada foi quebrado. O mundo não é uma beleza ? E que venha o Esquilo Secreto ...
sexta-feira, setembro 06, 2002
Caos da Liberdade ou Liberdade Sem Caos?
Estava eu quieta na minha, quando um professor aparece e começa a conversar com a secretária a respeito da marcação cerrada de sua esposa. Pararam bem perto; era inevitável não ouvir a conversa alheia. Dizia ele que sua "patroa" não o deixava agir por si só; onde quer que fosse, lá estava ela como uma espécie de agente secreto - nada discreta - da CIA. A princípio ele parecia reclamar. Porém, concluiu dizendo que preferiria que fosse daquele jeito; caso contrário, poderia "aprontar muito". Ora, que tipo de fidelidade é essa? Precisa alguém no seu pé o tempo todo para te lembrar dos seus compromissos? Achei isso estranho. Mas o que me chamou atenção, foi uma frase desse mesmo professor: "Liberdade total vira caos!" O que ele quis dizer com isso? Que se sua esposa o deixasse em total liberdade, seu casamento viraria um "caos"? Ou tomou isso de uma forma mais geral, incluindo toda a sociedade? O que eu quero falar aqui não tem nada a ver com esse professor e sua esposa. Esse casal vai muito bem, obrigada. A questão é a tal frase que não sai da memória: "Liberdade total vira caos". Isso é típico de Hobbes que defendia o Leviatã, Estado Absoluto com poderes ilimitados para pôr "ordem" na "guerra generalizada" do “Estado de Natureza" no qual os homens viviam em liberdade e condições de igualdade.
Semana passada ouvi algo do mesmo tom num seminário sobre Sociedade e Direito - nesse dia com enfoque em meio ambiente e consumo - onde a seminarista dizia, toda convicta, que para limitar a quantidade de lixo deveriam ser criadas taxas sobre o lixo produzido; para impedir que as pessoas jogassem lixo nas ruas, multas punitivas. Assim as pessoas adquiririam cidadania. E aqueles que não pudessem pagar? Ah, esses nem sequer são cidadãos. Que tipo de cidadania é essa? Vire um cidadão, senão pesa no bolso. Mas quando não tiver fiscalização por perto, aí você pode jogar lixo até no meio da praça.
Não é por aí ... Liberdade e Cidadania - é claro que esses conceitos merecem reflexões mais profundas - mas de uma forma bem geral, o primeiro, tem que ser por demais valorizado, supõem-se que as pessoas estejam num tal grau de organização e bom senso que não seja necessário nenhuma força coerciva para mandar ou impedir que se faça algo; o segundo, não será conseguido quer seja com multas, tropas de choque ou polícia mas sim numa sociedade onde as pessoas possam ter condições dignas para se comportarem como tais e não numa sociedade em que você é o que consome.
Sabemos que tais questões não são assim tão simples, a sujeira que está acumulada demanda esforços imensos para ser limpa. No entanto, sejamos realistas: é por uma verdadeira liberdade e cidadania que agentis todos temos que lutar. Sempre, mas sem vacilar.
Para mim, Liberdade total nunca será sinônimo de caos; muito pelo contrário, é nela que eu me vejo verdadeiramente respeitando os outros e fazendo uso de minha "cidadania"; se tentam me forçar a fazer algo, é bem capaz de eu não fazer, só de birra! O que vale mais é o bom senso.
E por falar em bom senso, segue-se um recadinho para quem for ao teatro do SESC hoje às 20 h e 30 min., na apresentação da banda Viagra: Quando saímos de casa, colocamos a roupa - não que isso seja realmente necessário, mas enfim, por uma questão de "costume" (se bem que está fazendo frio) - e não podemos esquecer de levar o cérebro – funcionando, é preciso deixar claro! "Vamos quebrar tudo" sim, mas naquele sentido que vocês sabem do qual estou falando. Viagra Rules! Deixem as cadeiras e tudo o mais em paz, combinado?
Estava eu quieta na minha, quando um professor aparece e começa a conversar com a secretária a respeito da marcação cerrada de sua esposa. Pararam bem perto; era inevitável não ouvir a conversa alheia. Dizia ele que sua "patroa" não o deixava agir por si só; onde quer que fosse, lá estava ela como uma espécie de agente secreto - nada discreta - da CIA. A princípio ele parecia reclamar. Porém, concluiu dizendo que preferiria que fosse daquele jeito; caso contrário, poderia "aprontar muito". Ora, que tipo de fidelidade é essa? Precisa alguém no seu pé o tempo todo para te lembrar dos seus compromissos? Achei isso estranho. Mas o que me chamou atenção, foi uma frase desse mesmo professor: "Liberdade total vira caos!" O que ele quis dizer com isso? Que se sua esposa o deixasse em total liberdade, seu casamento viraria um "caos"? Ou tomou isso de uma forma mais geral, incluindo toda a sociedade? O que eu quero falar aqui não tem nada a ver com esse professor e sua esposa. Esse casal vai muito bem, obrigada. A questão é a tal frase que não sai da memória: "Liberdade total vira caos". Isso é típico de Hobbes que defendia o Leviatã, Estado Absoluto com poderes ilimitados para pôr "ordem" na "guerra generalizada" do “Estado de Natureza" no qual os homens viviam em liberdade e condições de igualdade.
Semana passada ouvi algo do mesmo tom num seminário sobre Sociedade e Direito - nesse dia com enfoque em meio ambiente e consumo - onde a seminarista dizia, toda convicta, que para limitar a quantidade de lixo deveriam ser criadas taxas sobre o lixo produzido; para impedir que as pessoas jogassem lixo nas ruas, multas punitivas. Assim as pessoas adquiririam cidadania. E aqueles que não pudessem pagar? Ah, esses nem sequer são cidadãos. Que tipo de cidadania é essa? Vire um cidadão, senão pesa no bolso. Mas quando não tiver fiscalização por perto, aí você pode jogar lixo até no meio da praça.
Não é por aí ... Liberdade e Cidadania - é claro que esses conceitos merecem reflexões mais profundas - mas de uma forma bem geral, o primeiro, tem que ser por demais valorizado, supõem-se que as pessoas estejam num tal grau de organização e bom senso que não seja necessário nenhuma força coerciva para mandar ou impedir que se faça algo; o segundo, não será conseguido quer seja com multas, tropas de choque ou polícia mas sim numa sociedade onde as pessoas possam ter condições dignas para se comportarem como tais e não numa sociedade em que você é o que consome.
Sabemos que tais questões não são assim tão simples, a sujeira que está acumulada demanda esforços imensos para ser limpa. No entanto, sejamos realistas: é por uma verdadeira liberdade e cidadania que agentis todos temos que lutar. Sempre, mas sem vacilar.
Para mim, Liberdade total nunca será sinônimo de caos; muito pelo contrário, é nela que eu me vejo verdadeiramente respeitando os outros e fazendo uso de minha "cidadania"; se tentam me forçar a fazer algo, é bem capaz de eu não fazer, só de birra! O que vale mais é o bom senso.
E por falar em bom senso, segue-se um recadinho para quem for ao teatro do SESC hoje às 20 h e 30 min., na apresentação da banda Viagra: Quando saímos de casa, colocamos a roupa - não que isso seja realmente necessário, mas enfim, por uma questão de "costume" (se bem que está fazendo frio) - e não podemos esquecer de levar o cérebro – funcionando, é preciso deixar claro! "Vamos quebrar tudo" sim, mas naquele sentido que vocês sabem do qual estou falando. Viagra Rules! Deixem as cadeiras e tudo o mais em paz, combinado?