sexta-feira, outubro 31, 2003

Deus Ex Machina e a Banalização da Ficção - Parte I.

Sinceramente: Para quem é destinada a novela televisiva? Vendo atores sofrerem agressões na rua por parte de telespectadores indignados com seus personagens (autores e intérpretes consideram isso a realização máxima de seu trabalho), dá para ter uma noção do nível intelectual deste público-alvo.

Uma particularidade da dramaturgia atual brasileira é que se pode acompanhar a trama inteira de uma novela através de anúncios. Outra característica é que não se fica tão “perdido” após ficar um tempo sem assistir à sua novela preferida. Isso porque ela é escrita de modo que a história fica se repetindo, trazendo novidades e ao mesmo tempo situando os eventuais turistas no que está acontecendo.

A Novela, esse respeitado veículo que adentra vários lares brasileiros, é um amontoado de situações, clichês e soluções deus ex machina. Como diz uma música do Boi Mamão, apropriadamente chamada "Novela", "E tudo acaba bem no final/e depois tem jornal/lá onde o pobre é pobre/lá onde o pobre se dá mal/(...)/lá onde o rico é rico e não vai preso/nem a pau". Um exemplo: Na novela "Agora é que são elas", pelas chamadas vê-se que o par romântico principal eram irmãos. Noutro, descobre-se que na verdade não são (alguém em algum momento acreditou que eles seriam? Garth Ennis ainda não escreve novelas...). Complexo, imprevisível e estimulante, não? Outra coisa irritante é colocar uma determinada situação da forma mais rasa, preconceituosa, estereotipada possível e chamar de "assunto polêmico" ou pregar que é "uma forma de denunciar e lutar contra isso" e outras frases feitas. Um exemplo atual é a novela "Mulheres Aburguesadas", quero dizer, "Apaixonadas", onde se mostrava o drama de um casal de lésbicas. Elas namoram, são apaixonadadíssimas uma pela outra, lutam contra tudo e todos por esse amor, mas não rola nem um beijinho, nem uma bicotinha, porque "o público não está preparado para isso" (leia-se "é muito ‘prafrentex’ e espanta o público e conseqüentemente os anunciantes"). Na mesma novela, foi mostrado o drama de uma mulher que é espancada pelo marido, tema que seria melhor aproveitado se o espancador em questão fosse um homem normal, comum, que bebe ou simplesmente alivia as pressões da vida em cima da mulher, e não um psicopata declarado.

Muitos filmes hollywoodianos utilizam a mesma fórmula, contando histórias com uma trama plana e previsível, com tudo mastigadinho, o que reflete-se nos chamados "Best-sellers" (que muitas vezes não são nada mais nada menos que roteiros prontos para Hollywood comprar...). Que merda é essa? Onde fica o espaço para o questionamento, para a reflexão, onde estão as lacunas que deverão ser preenchidas pela mente, pelo leitor? Onde estão os "Moby Dick" de nossos tempos? Os Dotoiesvskis, Shakeaspeares, Tolstóis, Machados de Assis e outros autores que escarafundam a alma humana de modo pertubador e impressionante?

quarta-feira, outubro 29, 2003

Cidade de Deus, Cidade dos Homens

Você está assistindo "Cidade dos Homens", que a Globo está exibindo às terças-feiras? Se a resposta é não, não sabe o que está perdendo. Um dos poucos programas da TV aberta que é feito com algo raro na dramartugia atual: Inteligência. Sem demagogias, sem inibições, é uma pancada na cabeça daqueles que defendem uma suposta democracia racial e social no Brasil. Mostra adolescentes reais, interessados em sexo, sem papas na língua, que sofrem racismo tanto por serem negros quanto favelados. Há quem odeie, mas não se pode negar que é a cara do Brasil, Rio principalmente, onde os personagens principais, Acerola e Laranjinha, moram.

Quem tiver a oportunidade, assista ao episódio "Uólace e João Victor" (em DVD), onde se faz um paralelo entre as vidas de Uólace, ou Acerola, e João, um rapaz de classe média, mostrando que as aspirações, dúvidas e anseios de ambos são iguais, apesar da distância social que os separa. Legal é ver que nesta "segunda temporada", o João também retorna. Sei que agora me bateu uma vontade de ler o livro que originou o episódio e praticamente a série (sei que houve um especial, excelente, dirigido por Kátia Lund e Fernando Meirelles, "Pálace II", com os mesmos personagens, mas utilizando como base trechos do livro "Cidade de Deus", de Paulo Lins. As cenas do "massacre" são desconfortantes, incômodas e hilariantes).

Para terminar, o episódio de ontem teve um dos chistes mais cômicos que eu já tive o prazer de ouvir ("Meu pai é antropólogo, ele vai adorar!", resposta de uma garota de classe média alta ao ser perguntada se os seu pai não ia se incomodar pelo fato dela estar namorando um negrinho favelado) e acabou com nada mais nada menos que "O Vencedor", lindíssima música dos Los Hermanos. Coisa fina!

segunda-feira, outubro 27, 2003

CINEMA
A partir de hoje está no ar o Clichê Também é Legal
Blog com textos, análises, comentários ou qualquer outra coisa do tipo, sobre "cinema"... na verdade sobre filmes que são vistos no "clubinho" que se formou aqui em casa todos os sábados e alguns domingos... quem quiser participar está convidado, se a distância não permitir participa através do Clichê Também é Legal

quinta-feira, outubro 23, 2003

Ela

Hoje ele havia discutido com ela sobre algo que era muito importante pra ele. Ela disse que ele não deveria continuar com isso, pois ele na verdade não tinha idéias muito justas sobre o assunto, que significava a vida dele. Na verdade, ela queria tentar fazer com ele absorvesse o seu modo de observar o assunto. Ele a compreendia, mas sua maneira de pensar sobre aquilo continuava a ser a mesma. Na verdade, cada um tinha sua certeza, mas não deveriam estar discutindo por causa disso.
Ela disse que não era pra ele continuar;
Ele ouviu;
Ela que sempre disse que o que ele fazia era bom;
Ele que quis desistir, e continuava por causa dela;
Ela que no final disse que não era bem assim;
Ele que finalmente percebeu, que se continuasse seria por apenas uma pessoa, ele mesmo.

quarta-feira, outubro 22, 2003

11 de SETEMBRO - A FARSA

Será mesmo possível que tudo aquilo tenha sido planejado pelo
próprio país?
11 de SETEMBRO - Evidências sobre as torres de Nova Iorque
Abaixo apresentamos várias evidências sobre o fato de que a
derrubada das torres de Nova Iorque NÃO foi feita por terrorista

1) No dia seguinte à derrubada, o governo dos EUA já tinha nome,
endereço e fotos dos "terroristas". Por que não os pegaram antes então?
2) Já havia câmeras de TV profissionais colocadas estratégica, dissimulada e sorrateiramente para transmitirem o evento a todo o mundo, desde o seu início, em vários ângulos.
3) Os "atentados" aconteceram antes das 09:00, hora local, quando a
maioria dos funcionários nem tinha chegado ainda, já que nos EUA a hora de trabalho começa por volta das 10:00 da manhã.
4) Mais de 80% dos trabalhadores das torres eram de imigrantes e, sabe-se
bem, que os EUA não têm simpatia por imigrantes e não os recebem bem.
5) Existe uma informação não confirmada de que cerca de 3.000 trabalhadores judeus das torres não foram trabalhar naquele dia.
6) Você viu alguma lista de passageiros dos dois aviões ser divulgada?
Claro que não, pois ninguém viu.
7) Sempre que há um acidente aéreo, familiares e amigos vão aos aeroportos buscar notícias sobre os passageiros. Você viu isso acontecer? Claro que não, ninguém viu, pois nada foi divulgado sobre isso, já que não havia o que divulgar. Aqueles aviões voaram por controle remoto. Sabemos que isso já é tecnologicamente possível hoje em dia.
8) O número dos vôos daqueles aviões era 093 e 011. Segundo foi divulgado, o 093 devia ser relacionado ao ano de 1993, quando uma bomba explodiu na garagem de uma daquelas torres e, o número 011, deveria ser
relacionado ao próprio dia 11 de setembro. Cá pra nós, acredito que seqüestrar um avião deve ser uma tarefa muito difícil; seqüestrar dois aviões deve ser mais difícil ainda; seqüestrar dois aviões no mesmo dia e horário deve ser bem mais complicado. Será que os terroristas ainda iriam ter exigência para escolher os números de vôos? Qual a vantagem disso pra eles? Seria a de aumentar a complicação? Nenhuma vantagem nem importância, claro! A ligação desses números aos "atentados" só tem serventia àqueles que pretendem montar e forjar provas contra alguém.
9) Sempre quando um grupo de terrorismo verdadeiro faz algum atentado,imediatamente esse grupo reivindica o atentado para si,
pois isto traz prestígio àquele grupo. Você viu algum grupo fazer isso? Claro que não,nenhum grupo reivindicou aqueles "atentados". Mais uma evidência de que não há sentido em relacionar os números 093 e 011 aos "atentados" e atribuir os "atentados" a um grupo de terrorismo não-oficial. E o fato de ter ficado em aberto quem realmente praticou aqueles atos, faz com que os EUA ataquem todo mundo indiscriminadamente, isto é, bombardeiem os países cujos governantes eles têm interesse em derrubar. Se um grupo tivesse assumido os "atentados" então os EUA seriam forçados a combater somente tal grupo, o que não é de interesse pra eles, pois era pra deixar tudo em aberto mesmo para "terem" o perverso "direito" de atacar quem quiserem.
10) Seqüestrar e manter esses aviões seqüestrados apenas com canivetes ou
faquinhas e sem nenhuma arma de fogo em punho parece ser tarefa cinematográfica e difícil de imaginar que nenhuma reação tivesse sido
tomada com efeito.
11) O dia escolhido para os "atentados" foi o 11 de setembro ou
11/9.
Porém, os países de fala inglesa invertem a ordem e escrevem 9/11.
Este número coincide com o número 911, adotado e conhecido nos EUA como o
Número de emergências.
12) A área das torres, desde há muitos anos, já era deficitária economicamente.
13) Agora vamos analisar tecnicamente a queda das torres. Todo mundo
viu e percebeu que as torres caíram como implosões perfeitas. Todo mundo
estranhou isso. Mas, deixando as primeiras impressões de lado, vamos verificar como as torres foram construídas e entender as explicações
técnicas dadas para as suas quedas quase perfeitamente verticais,
sendo que os escombros ficaram exatamente dentro da área do respectivo
terreno. As duas torres foram construídas diferentemente dos prédios de
alvenaria. Elas eram formadas por 4 vigas de aço, uma em cada quina do prédio. Em cada andar e em cada uma dessas vigas saíam suportes, sobre os quais, os andares formados por camadas de aço, eram suportados. A explicação técnica divulgada foi a de que a laje mais superior, de camada bem espessa e pesada que servia para manter a estabilidade das torres contra o vento, com a debilidade dos andares do impacto começou a descer, a derrubar e a empurrar um andar sobre o outro, fazendo então os prédios caírem verticalmente. Embora seja difícil acreditar que abalos daquela
ordem produzam efeitos tão ordenados, vamos, mesmo assim, aceitar como verdadeiras e válidas tais explicações bem como as quedas tão verticais e localizadas, já que as torres tinham construção não-convencional. A questão mais importante vem agora. Trata-se do terceiro prédio, aquele menor e que ficava atrás das duas torres. Este terceiro prédio foi construído de alvenaria e de forma convencional. A explicação para a sua queda foi a de que os abalos produzidos nas duas torres geraram abalos sísmicos equivalentes a de um terremoto e estes então derrubaram aquele
prédio. Vocês viram como aquele prédio caiu de forma perfeitamente vertical, como uma implosão mais do que perfeita? Vocês também percebem como a mídia pouco mostra e pouco se refere àquele terceiro prédio? É incrível, pois os terremotos sempre ocasionam quedas laterais dos prédios afetados, nunca tão verticais. E, por que, esse terremoto escolheu um único prédio daquela área?
14) Há poucos dias, recebi uma foto que apresenta uma vista aérea da
área das torres, porém, mostrando uma imagem invertida, ou seja, vendo-se
em primeiro plano o "terceiro" prédio e depois as torres. Fica fácil de
perceber e entender através desta foto que esse terceiro prédio simplesmente estava atrapalhando a área física do terreno das torres. E
agora, recentemente, sabe-se que eles vão construir naquela área o maior
edifício do mundo. Será que a área das torres não estava precisando
ser limpada?
15) Portanto, já se nota que a derrubada das torres e do terceiro
prédio atendeu e resolveu várias finalidades:
a) colocar a culpa em terroristas e, mesmo sem prova nenhuma e com
simples menção às torres, tentar justificar os ataques e invasões dos EUA
contra Estados soberanos, dominá-los e obter as suas riquezas diretamente;
b) a toda invasão feita pelos EUA eles invocam os "atentados" às
torres ou aos terroristas.Ronald Reagan impressionava seu povo dizendo que a Nicarágua (!) iria invadir os EUA, a mídia insistia nisso e o povo
bacon-com-hamburguer-e-batata-frita acreditava;
c) limpar o terreno e resolver o problema da área economicamente
deficitária, onde agora entendemos que o mesmo precisava ser utilizado para a construção de prédios mais altos e mais modernos do mundo, para
eles mostrarem e imporem a sua pujança, cuja "pujança" cultural, porém,
sucumbiu aos níveis mais baixos e bárbaros da história humana;
d) eliminaram alguns imigrantes e dificultaram ainda mais a entrada
de outros;
e) com os ataques bélicos e invasões, usaram a ONU para desarmar o
Iraque e a desmoralizaram mais do que já estava, ou melhor, eles vão se
servir dela quando precisarem novamente e fizeram a ONU e o resto dos países de trouxa;
f) com as invasões e ameaças dividiram a União Européia, mais do que
já era dividida;
g) desejam eliminar todos os mandatários e países que não se alinham
com as políticas anti-democráticas norte-americanas, inclusive fazendo
embargos criminosos;
h) colocaram todos os países em estado de alerta e trouxeram de
volta a corrida armamentista, tendo o Bush e o Dick Cheney, por exemplo,
interesses nas indústrias do petróleo, construção civil e de armamentos dos EUA.
16) A conspiração para botar a culpa em outros não é nova naquelas
bandas de lá. Na década de sessenta, a CIA propôs a John Kennedy um plano
para matar 2.000 americanos com o fim de culpar Cuba, mas JFK não
aceitou.
17) Dick Cheney, vice-presidente dos EUA no governo de Bush-filho,
foi diretor da CIA no governo de Bush-pai.
18) Bill Clinton disse que Bush é um "animal político, capaz de fazer de
tudo para se eleger".
19) Mentira é o que não falta para os Estados Unidos: eles utilizam
todo o poder da mídia a seu favor para invadir e destruir países de forma
bárbara bem como despreza o resto do mundo com o falso pretexto de encontrar armas de destruição em massa, mas exatamente os EUA usaram bombas nucleares de urânio na Guerra do Golfo e também na invasão ao Iraque em 2003 (Jornal da Band, 15/04/03). A fumaça em forma de cogumelo, característica e exclusiva de bombas nucleares, pôde ser vista claramente durante os bombardeios dos Estados Unidos sobre Bagdá. Mas isto é minimizado e escondido por eles e pela mídia e tudo fica por isso mesmo.

terça-feira, outubro 21, 2003

Homem é Tudo Palhaço...

... Ou pelo menos é o que afirmam as meninas que mantém o blog de mesmo nome. Bem, analisando os causos que elas contam, fica bem difícil contrargumentar.

segunda-feira, outubro 20, 2003

Sci-Fi

Para quem gosta de ficção-científica.

Confira o Intempol, um portal muito bom sobre o assunto.

T+
Fábulas Fabulosas

Para lembrar os velhos tempos, quando eu lia sempre uma fábula do Millor. Aqui vai uma amostra grátis do talento do homem:


O Cachorro e o Trem

Imaginem que o cachorro grandão, policial, estava descansando de um acesso de raiva, exatamente junto dos trilhos da estrada de ferro.

O rabo sobre o trilho, assim. Roncando, o cachorro. Eis que o trem se aproxima. Suspense - o trem que se aproxima é um trem de carga, vem bem lento. Tchoique, tchoique - tchoique, tchoique. O cachorro vai ou não acordar?

Ai, acho que não vai não! Lá vem o trem, cachorro, acorda, bicho! Deus!, o cachorro não acorda e o trem de carga, lento, fuque, fuque, fuque, passa em cima do rabo dele, corta- o. Agora, sim, o cachorro acorda com um uivo de dor e, num salto de ódio, corre contra a máquina, tentando se vingar da mutilação.

Resultação: o trem lhe passa em cima da cabeça e mata-o definitivamente.

MORAL: JAMAIS PERCA A CABEÇA POR CAUSA DE UM RABO.



Foi muito Bom...
Acabei de chegar da primavera dos livros, onde foi lançado o site do projeto paralelos - www.paralelos.org
No lançamento do site teve leitura de contos e mini-contos e teve presença de mini-contos produzidos em Campos... eu (Alexandro F.) Jules Rimet e Vitor Menezes... fomos lidos!

Conforto

Descobriu que seria feliz se morasse no esgoto. Escolheu um acesso em lugar nobre, com tampão novo, numa esquina movimentada, e forçou a abertura com um pé-de-cabra. Entrou feliz como quem recebe as chaves do apartamento novo. E se misturou aos excrementos da cidade numa identificação jamais sentida. Como pudera perder tanto tempo? Resto humano, coisa nenhuma, carne sem função, finalmente encontrara o seu lugar.

Vitor Menezes

quase-casto
Um "ploc!", e o pênis se desgarrou, caindo no vaso sanitário, para seu desespero inerte. No momento mesmo em que balançava as últimas gotas, o pênis saltou, deu dois mortais e mergulhou no vaso na metade da segunda cambalhota. Ficou olhando e segurando o nada. Olhou o nada e havia apenas uma cicatriz fina e indolor com pêlos em volta.
Enfiou a mão na água e retirou, com nojo e medo, o pênis.
Enquanto o lavava na pia, ainda sem pensar direito no que acontecera e tentando coordenar o pensamento, percebeu que, à medida que o pênis era ensaboado, enrijecia. Curioso, segurando-o com uma das mãos, principiou a friccionar com a outra. Rígido como jamais o percebera, levou o pênis ao nariz, cheirou e, inseguro, tocou-o nos lábios. Logo estava chupando o próprio pênis e gostando do que sentia. Gozou. Sentiu o gozo. Gostou do gozo, melhor do que antes quando o pênis ainda era parte de seu corpo.
Guardou o pênis no bolso planejando perversões futuras.

Jules Rimet

ser sibéria

o indivíduo com cara de terrorista. russo. não. georgiano. não tira os olhos. dando de ombros. maliciosamente. a menininha completa sua série de exercícios. ele olha sua ficha. seu nome. - clarisse. suas séries de exercícios. seu telefone. ela. De bruços. exercícios para a parte de trás. de trás da cocha. acaba. vai embora. sem uma palavra. ele vai embora. outro dia. só ele.

Alexandro F.

terça-feira, outubro 14, 2003

Primavera dos Livros

Recado do Digníssimo Sr. Jorge Rocha

moçada:
no proximo fds, acontecerá a primavera dos livros no rj. Mais
precisamente no armazem 5, no cais do porto, "perto" da rodoviária.
Trata-se de uma bienal do livro de pequenas e medias editoras. Alias,
muito melhor do q a bienal, pq vc tem um contato mais próximo com
escritores e editores. Ou seja: prato cheio pra quem gosta de lidar com
literatura.
A ediçao deste ano contará com uma novidade duca: o lançamento do
projeto paralelos, do qual eu faço parte.
Sendo sucinto: desde q acabei com a [mao unica ?], me juntei com a ala
carioca da revista falae!, para dar continuidade ao mapeamento de
escritores novos brasil afora. A ideia amadureceu pro seguinte mote:
vamos fazer a "revanche carioca" em relação a produção paulista. Nada de
rivalidades, no caso. Só o fato de q no rj tem muita gente boa
produzindo - nós, escritores campistas somos prova disso - e q nao esta
na midia.
Contactamos a editora carioca casa da palavra, q topou encarar o projeto
conosco. Daí teremos três revistas-livros publicadas no ano q vem: uma
sobre contos, a segunda sobre poesia e a terceira, sobre contos.
Na primavera dos livros, haverá o lançamento de nosso site.
E eu estarei na mesa de leitura de contos, mandando bala na produção dos
escritores desta terra plana.
O q quero é q vcs espalhem a notícia, seja colocando em seus blogs - he
he he - ou mandando releases pra lista de contatos de vcs.
JR

O recado foi dado. A quem interessar: www.escritoresemterraplana.cjb.net


T+

sexta-feira, outubro 10, 2003

Imprensa Parcial

Retirado da Veja Online (Sexta-feira, 10 de Outubro de 2003):

"Ativista iraniana Shirin Ebadi vence Nobel da Paz por defender a democracia no Islã"

"Sou muçulmana mas quero democracia."
Shirin Ebadi, vencedora do Nobel da Paz de 2003.


Interessante o modo como a notícia foi veiculada, dando a entender que tudo quanto é mulçumano é terrorista, machista e totalitarista. Mas isso não é nehuma novidade, considerando o histórico da imprensa no mundo livre, com sua história cheia de demonizações e visões distorcidas, que faz com que o diferente seja aquilo que devemos temer.

Veja a frase da Shirin sob um novo ângulo:

"Sou uma muçulmana, mas você pode ser muçulmano e apoiar a democracia"

Muda completamente o sentido, não? Não é a toa que muita gente acha que Alah e Deus são figuras completamente distintas aos olhos do mundo ocidental.
Por falar em religião, um dos motivos para a escolha da Shirin para ganhar o prêmio foi para estimular mudanças no Islã. Um dos favoritos da vez era o (quase falecido) Papa João Paulo II, mas sua escolha, segundo a reportagem, "poderia causar ainda mais revolta no Islã, onde muitos ainda enxergam as recentes guerras do Afeganistão e do Iraque como parte de uma nova cruzada dos cristãos do ocidente contra os muçulmanos."

Como diria o Boris Casoy, imparcial...

quinta-feira, outubro 09, 2003

Cara Nova

Finalmente o Blog do Timpano está de cara nova.

Comentários pf.

T+


NINE INCH NAILS
Album: THE FRAGILE
Interscope Records/ Nothing

O Nine Inch Nails (ou NIN para os mais íntimos) é uma banda que sempre se superou a cada álbum, trazendo experimentalismo e perfeccionismo acima da média. Suas canções são realmente uma mistura de texturas e camadas que mudam de acordo com o sentimento que querem passar, como em um quadro abstrato, onde a interpretação pessoal de cada um que olha é muito importante para a compreensão do trabalho.
Depois de ter lançado o álbum que o levou a um reconhecimento muito grande (The Downward Spiral, de 1994) era difícil esperar de Trent Reznor (a única pessoa por trás do NIN) um sucessor que superasse sua maior criação. Então, Trent Reznor se trancou em um estúdio em New Orleans para compor o que seria sua obra prima. Em setembro de 1999, o Nine Inch Nails lança “The Fragile”, um disco duplo que conta a cada faixa a estória de um relacionamento que não termina muito bem. Reznor então conta a estória nas letras e nos sons que compõe o “The Fragile”, onde até mesmo os instrumentais tem algo a dizer. A procura pela transcendência, a fome pela libertação de uma vida tediosa (Spleen), também como a desilusão pelo ser amado, que vai sendo compreendida a cada música, o aproxima do fantástico escritor francês Charles Baudelaire.
A sonoridade deste álbum gira em torno do Rock Industrial, onde músicas suaves se contrastam com canções agressivas e o clima perfeito de cada faixa, faz com que o ouvinte viaje para um outro universo, e perceba, a Fragilidade do ser.
O encarte e a arte gráfica são muito bonitos o que, unidos as músicas, fazem do álbum um sucessor superior ao do “Downward Spiral”.
“Impressionado com tudo o que você faz, querendo ser muito como você, voei alto demais e queimei as asas, perdi a minha fé em tudo.” (Frase de abertura de “The Fragile”).


quarta-feira, outubro 08, 2003



"Apocalipse, por favor!!!"

Como diria o Pato Fu, "O mundo poderia acabar, já, agora, neste momento". Seguindo a mesma linha, a banda inglesa Muse lançou um disco novo, "Absolution", cujo tema principal é o fim do mundo. Dosando vocais em falsete, um puta baixo e um som que ora vai do britpop ao metal, o grupo conseguiu se superar neste que com certeza é um dos melhores discos do ano. Algumas letras tem temas pessimistas e melancólicos (ideais para suicidas), outras abordam declarações de amor desesperadas (afinal, é o fim do mundo, né?) e até pensamentos de um ateu à beira da morte.

Ontem aproveitei para ler também, ouvindo esse CD, para dar um clima, o novo lançamento da Panini Comics. um mangá chamado Éden, que se trata justamente do fim do mundo. Bem, nem tanto: Um vírus mata quase toda a humanidade e os sobreviventes tem que lidar com o fato de que precisam salvar a humanidade. Questionamentos sobre religião (afinal, o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus. Como Ele permite algo desse tipo? Se o livre arbítrio concedido por Deus diz que o homem tem o poder de escolher entre o bem e o mal, porque ele foi punido quando comeu do fruto que lhe traria esse conhecimento e o tornaria diferente de todo o resto da Criação?) tornam a obra um item indispensável. Quem quiser conferir, já está nas bancas.

Para terminar, um trecho de "Apocalipse Please", do Muse:
"E é hora de vermos um milagre, vamos lá, é hora de algo bíblico que nos envolva (...). Proclame vitória eterna e mude a causa da história(...). E este é o fim, o fim do mundo".

p.s. - A foto acima é a capa do single "Time is Running Out", terceira música do "Absolution". Um CD-R do disco para o primeiro que me dizer - use a caixa de comentários - de que filme tal cena (e o clip) foi copiada, quero dizer, inspirada. E só vale o nome por extenso, ok?
Gostaria de anunciar que todas as quintas-feiras, no jornal A Cidade, no 2º caderno, são publicadas resenhas minhas sobre grandes álbuns musicais.
Confiram!

thiagokerzer@yahoo.com.br

segunda-feira, outubro 06, 2003

Olá pessoal, baixem filmes e álbuns completos no site:
www.duduhp.com
[]´s
De Ratos e Homens (Que Tocam Piano)

Recentemente, eu assisti o tão falado elogiado filme de Roman Polanski, "O Pianista", que conta a história de um pianista (óbvio!), Wladyslaw Szpilman, sobrevivente do gueto de Varsórvia e que escapou, por sorte, diriam alguns, de ir aos campos de concentração, mas perdendo toda a sua família no processo. O filme é baseado na autobiografia do Szpilman.

O filme, admito, é emocionante, mas me parece que fica faltando alguma coisa na história. É opressivo, incômodo, real, mostra o quão baixo o ser humano, criatura que se nomeia Homo sapiens, pode chegar. Não há espaços para explicações (compreensível, uma vez que é história da vida de alguém e a vida, como sabemos, "não tem explicação").

Não acredito que haja uma versão judaica da mão invisível concebida por Adam Smith, mas é estranho que haja tantos filmes e documentários sobre o "holocausto", quando houve e ainda outros massacres pelo mundo afora.

Há algum tempo atrás, li a primeira parte de uma série chamada Gen Pés Descalços - Uma História de Hiroshima, um verdadeiro protesto contra a guerra, um romance autobiográfico escrito por Keiji Nakazawa. Mostra a rotina de uma família japonesa durante a segunda guerra mundial, pouco antes do bombardeio da bomba atômica. Nada mais atual: Por ser contra a guerra e as mentiras contadas em nome do patriotismo, o patriarca e toda a família são discriminados e sofrem com o tratamento dos vizinhos, sendo humilhados e agredidos por defenderem um ponto de vista contrário. Há recessão e fome, uma vez que todos os recursos são para alimentar os soldados. Mas o pior acontece após o bombardeio. Horrível!! E pensar que tudo aquilo foi real só piora as coisas. Engraçado é que o livro foi adotado em algumas escolas americanas e todos os fatores vistos durante o recente conflito contra o Iraque - demonização do inimigo, justificativas para uma guerra sem motivos, racismo - estão na obra. Deveria ser o livro de cabeçeira do Sr. Bush.

Outra obra que eu li recentemente e que deu origem a parte do título do post, foi Maus (Ratos, em alemão), obra-prima dos quadrinhos dividida em duas partes, "Maus - A História de um Sobrevivente" e "Maus II - E Foi aí que Começaram os meus Problemas". Sinceramente, uma das maiores obras da literatura mundial de todos os tempos, vencedora de vários prêmios literários, incluindo um Pulitzer.

Tudo começa quando Art Spiegelman, autor da obra, tem a idéia de fazer uma Graphic Novel utilizando o relato de seu pai, sobrevivente de Auschwitz. Mas o problema todo é que ambos, apesar de amarem um ao outro, vivem em constante atrito, devido a diferentes pontos de vistas e experiências de vida. A Graphic Novel aborda todo o processo criativo da obra, desde os relatos tomados por Spiegelman, os conflitos de geração entre ele e seu pai, até a idéia de mostrar os judeus como ratos (daí o título). Os alemães são vistos como gatos. O motivo disso? Não é demonstrado em momento algum, o que só aumenta o fascínio pela obra. Outras nacionalidades são vistas como animais antropomorfizados: Poloneses como porcos, franceses como galos, americanos como cães. A estratégia não enfraquece nem quando Spiegelman visita o seu psicólogo, um americano que coleciona cães (Neste trecho fabuloso, que abre o segundo livro, Spiegelman se retrata como um cartunista com máscara de rato, que se lamenta de ser mais um a usar o massacre de judeus, amontoados e espalhados por todos os cantos e por sobre os quais caminha, para engradencimento próprio) nem mesmo quando sua mãe, num esconderijo, se assusta com um rato.

Os relatos do Sr. Spiegelman são os mais humanos possíveis, envolvendo uma pessoa que se desdobra para sobreviver num mundo sem ordem nem regras, onde pode-se morrer por nada. Pessoas que de uma hora para outra se transformam em animais, não respeitando nem ajudando o próximo. Ninguém é perfeito. Numa cena, Art dá carona a um negro e posteriormente vemos o Sr. Spiegelman afirmar, para espanto do filho (afinal, o seu pai havia sido vítimia de racismo), que não se podia confiar "nessa gente".

Nenhuma outra mídia poderia ser mais perfeita para retratar essa história, que na minha opinião, é bem mais contudente do que "O Pianista", mesmo com todas as suas qualidades. Mas todas essas obras são imprencidíveis para que não possamos esquecer o horror da guerra e alguns de seus produtos e causas, como o desrespeito por outro ser humano simplesmente por ele ter uma cultura ou etnia diferente. Afinal, burocratas vivem nos lembrando de que a História, em seus piores aspectos, se repete...
Piratas do Som Livre

No jornal O Dia de sábado (04/10/03), saiu uma reportagem sobre a crise no mercado fonográfico e as principais causas deste declínio. Entre o blá-blá-blá habitual de que a pirataria está acabando com o mercado, um dado novo: As pequenas gravadoras e o surgimento de tecnologia que dispensam a necessidade das "majors".

Claro que mais uma vez as grandes gravadoras alegaram que no preço absurdo do CD estão inclusos os preços de produção, pagamento de funcionários, publicidade, etc, além do custo do próprio CD. Mas o que leva à variação de preços, que vai desde R$18,00 a R$ 35,00 num lançamento? Eu sei que só compro CDs num preço que eu acho justo. Mas até achar uma promoção que valha a pena, ou baixo na rede ou copio de alguém (o que não é tão lastimoso assim: Só trocamos o velho k-7 pelo CD).

Ah, e antes que eu me esqueça: Vida longa à ações musicais independentes e foda-se as majors!
Violência e Protestos

Dia desses, eu postei algo sobre os protestos contra a violência. Desta vez, tenho que admitir, eles tem uma razão de ser: A aprovação da lei contra o porte de armas.

Porque todos os protestos ou passeatas não são assim? Ao invés de suplicar a entidades indefinidas (Os bandidos? Deus? Nós?) pelo fim da violência, exigir medidas públicas?

sexta-feira, outubro 03, 2003

Agora é a nossa vez!!!



Comemorando o mês da Descendência Hispânica, o cantor Alexandre Pires se apresenta na Casa Branca. Pires, inclusive, foi eleito "Artista do Ano" pelos americanos. Como hispânico legítimo - vocês podem averiguar o espanhol perfeito dos meus posts-, eu tenho, orgulhosamente, só uma coisa a dizer: Depois de anos recebendo porcaria americana, agora é a nossa vez de mandar a nossa...


quinta-feira, outubro 02, 2003

Frederico d novo

Quem perdeu o primeiro sarau poderá conferir neste (7/10 na FAFIC as 20h) um resumo em vídeo feito por mim.

Modéstia a parte ficou muito bom.

(Será disponibilizado na revista Tímpano tb, aguardem)

T+